Atraso da reforma causa picos na bolsa e dólar vai a R$ 3,935

O cancelamento da votação da reforma e desidratação da PEC é vista com preocupação e cautela pelo mercado financeiro. O dólar fechou no maior valor em três semanas, com R$3,934. Já a bolsa de valores terminou em queda de 11,1%, quase atingindo os 100 pontos

Escrito por Redação ,
Legenda: A expectativa, segundo o boletim Focus desta segunda, é que a Selic termine o ano a 5,5% e assim permaneça em 2020. Hoje, a taxa é de 6,5%.
Foto: Foto: Nelson Almeida

O noticiário negativo derrubou a Bolsa nesta quarta-feira (17). Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados,  a sessão foi suspensa para alterações em seu parecer de admissibilidade sobre a reforma.

Entre os caminhoneiros, persiste o clima de insatisfação após pacote de medidas anunciado pelo governo. Mesmo depois dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e da CCJ, Felipe Francischini, acelerarem o debate da Previdência e tentarem antecipar a votação, Freitas cedeu à pressão e pediu mais tempo para reanalisar o projeto.

Devem ser retirados cinco pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) já na comissão: a mudança nas regras do abono salarial, no FGTS, na idade de aposentadoria compulsória de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), troca no foro para julgamento de ações contra o INSS e os dispositivos que retiram da Constituição regras de aposentadoria.

A deliberação sobre novo parecer está prevista para terça (23). Depois de aprovado na CCJ, o projeto segue para apreciação de comissão especial na Câmara. Segundo Maia, esta etapa deve começar em 7 de maio.

Preocupação

O cancelamento da votação da reforma e desidratação da PEC é vista com preocupação e cautela pelo mercado financeiro. O dólar fechou no maior valor em três semanas, com R$3,934. Já a bolsa de valores terminou em queda de 11,1%, quase atingindo os 100 pontos. “Os investidores acionam o “modo de cautela” diante das incertezas políticas e econômicas que o Brasil está passando”, analisa Gilberto Barbosa, economista. 

Caso a reforma original seja aprovada, o mercado prevê mais estímulos na economia. “Esperamos pelo menos R$ 700 bilhões de economia. Mas se não for deferida, teremos uma desvalorização expressiva e o dólar pode chegar a R$ 4,00 reais”,  avalia o economista.

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