Ocupação dos hotéis na baixa estação tem queda de 7,5% na Capital

Quantidade de turistas hospedados em Fortaleza recuou mais que o esperado pelos hoteleiros da Capital neste ano. Divulgação do destino para a cadeia de turismo de negócios é aposta para reverter o cenário no futuro

Escrito por Carolina Mesquita | São Paulo* ,
Legenda: Para abril, a perspectiva do setor é de que somente 52% dos quartos dos hotéis fiquem ocupados
Foto: Foto: Eduardo Queiroz

O setor hoteleiro cearense viu a ocupação cair mais do que o esperado neste início de baixa estação. Mesmo com a influência do Carnaval, março apresentou redução de 7,5% da taxa de ocupação, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (Abih-CE), Eliseu Barros. Ele avalia que, para tentar reverter esse cenário, o setor está investindo em divulgação para o turismo de negócios.

Enquanto a média de ocupação no mês passado foi de 61%, em igual período de 2018 tinha sido de 66%. "Uma média boa para o período de baixa estação é em torno de 65%. Para abril, as perspectivas também não são boas. Estimamos que somente 52% dos quartos fiquem ocupados", afirma.

Para a presidente do Fortaleza Convention & Visitors Bureau (CVB) e vice-presidente da Abih-CE, Ivana Bezerra, os feriados interferiram no desempenho. "Nós tivemos dois feriados estaduais em março. Nem tivemos turistas a passeio, porque o feriado só valia para cá, nem corporativos. Foram duas semanas mortas".

Ela aponta que o turismo de negócios é o que segura a ocupação na baixa estação, que vai de fevereiro a junho. "No primeiro semestre, até temos alguns congressos, mas eles acontecem nos hotéis por iniciativa das próprias marcas. Não conseguimos quantificar, porque não gostam de divulgar com medo da concorrência, mas sabemos que há".

Eventos

No segundo semestre, o Estado recebe mais eventos, mantendo o setor estável, mas a prática ainda está abaixo do desejado nos outros meses. "Estamos divulgando o Estado para congressos e outros eventos. Há duas semanas, levamos agentes de viagens para Fortaleza, mostramos os hotéis, a infraestrutura. Faremos o mesmo em breve com os principais agentes do Norte e Nordeste", aponta Barros.

A ida a feiras, como a WTM Latin America, que acontece até 4 de abril, também ajuda a divulgar os destinos no Ceará. "A Secretaria de Turismo do Estado tem seguido esse posicionamento, tanto que as duas entidades estão no evento, que é uma das maiores do mundo em turismo", aponta o presidente da Abih-CE.

No entanto, os resultados dessas iniciativas só devem ser vistos nos próximos anos. "Para 2019, não dá mais tempo fazer nada. Estou monitorando para ver se os meses de maio e junho devem ser melhores, mas ainda não é possível dizer nada", afirma o presidente da Abih-CE.

Na avaliação do presidente da Abih Nacional, Manoel Linhares, o Ceará é exemplo de como se deve trabalhar o turismo no Brasil. "Temos um dos melhores centros de eventos do País, que fomenta o turismo de negócios, que deixa uma receita de 3 a 4 vezes maior que o turismo de lazer", aponta.

Preços de passagens

Outro fator que pode ter desencorajado os turistas a virem para Fortaleza são os preços das passagens aéreas. Eliseu relata que, com o cancelamento dos voos da Avianca, as outras companhias já elevaram o valor de seus bilhetes. "Nós temos uma malha aérea muito boa, que se destaca entre os estados do Nordeste. Com esse episódio, temos mais um motivo de preocupação. Esperamos que em breve essa situação se resolva".

*A repórter viajou a convite da WTM Latin America.

 

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