Massa de renda das mulheres subiu 68,2%

Escrito por Redação ,
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A massa de renda da mulher brasileira cresceu 68,2% entre 2002 e 2011, passando de R$ 412,4 bilhões para R$ 693,5 bilhões. A variação é 25,1 ponto percentual superior à expansão de 43,1% obtida no mesmo período pelo rendimento masculino. Na liderança, as mulheres da classe C, considerada nova classe média no País, respondem por quase metade ou 47,1% da renda feminina do País. Os dados são da pesquisa "Tempo de Mulher", do Instituto Data Popular, divulgada na última terça-feira. O levantamento, desenvolvido com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, entrevistou três mil mulheres em 26 estados do Brasil no segundo trimestre de 2011.

Além da expressiva participação das trabalhadoras da classe C na massa de renda feminina do País, o estudo revela que as faixas com mais destaque logo depois são as classes A e B, com 22,2% e 20,7% dos ganhos, respectivamente. A massa de renda das mulheres da classe D corresponde a 9,6% do total. Na classe E, apenas 0,5%.

Escolaridade influencia

Para o sócio-diretor do Data Popular Renato Meirelles, a maior participação da força de trabalho feminina da classe C no total do rendimento da mulher brasileira está associada a elevação da escolaridade. "As mulheres ganham, a cada dia, mais espaço no mercado. Isso é sinal de dedicação aos estudos. Aquelas que pertencem à classe C, por exemplo, investem muito mais na formação intelectual do que os homens. É claro que investir na Educação abre muitas portas", explica Meirelles, segundo quem a economia aquecida também tem contribuído.

No comparativo com o público masculino, a pesquisa evidencia que apesar de a renda da mulher ter crescido percentualmente mais do que o rendimento dos homens ao longo dos nove anos em questão, ela se mantém inferior aos ganhos dos trabalhadores do sexo masculino nas capitais brasileiras.

Na RMF

Esta realidade não é diferente em Fortaleza. Pesquisa divulgada pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), em março de 2011, sobre a posição da mulher no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF)- PED Especial Mulher, confirma que a maior escolarização das trabalhadoras não assegura equidade de rendimentos em relação a eles. O rendimento delas chega a representar 71,6% do valor pago aos homens em igual atividade.

De acordo com o analista de mercado do IDT, Júnior Macambira, apesar dos avanços da mulher no mercado de trabalho nos últimos anos, com sua maior participação associada a elevação do nível de escolaridade além do observado entre os homens, ainda é muito forte o contraste da renda em relação ao sexo oposto. "Esse hiato social entre homens e mulheres é histórico e independe da atividade econômica e da unidade federativa. Ele é fruto de um processo de discriminação e segregação da mulher no mercado de trabalho. Apesar do aumento da participação e do grau de instrução cada vez maior, elas ainda padecem de injustiça social na equiparação salarial - um fato que não se justifica", avalia.

Satisfação

A pesquisa do Data Popular mostra que empresárias - profissionais com maior independência e possibilidade de flexibilização do próprio tempo - são as mais realizadas profissionalmente. Questionadas sobre se estão satisfeitas no trabalho, 65% das que administram negócio próprio responderam que sim. Entre as autônomas, o grau de satisfação é de 50%, seguida das profissionais liberais (48%), funcionárias públicas (48%) e empregadas (37%).

Volume

693 bilhões de reais é a massa de renda da mulher brasileira em 2011. Em 2002, era de R$ 412,4 bilhões

ÂNGELA CAVALCANTE
REPÓRTER
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