Lubnor reduz cota de asfalto para o Ceará, dizem construtores

Usina da Petrobras instalada no Mucuripe, em Fortaleza, atende parte do Nordeste e do Norte e passou a operar no limite com o aumento da demanda local e a queda da produção da refinaria Isaac Sabbã, em Manaus

Escrito por Bruno Cabral , bruno.cabral@diariodonordeste.com.br
Legenda: A cada dia sem asfalto, de acordo com o Sinconpe-CE, resulta em dois dias de atraso em obras
Foto: FOTO: JL ROSA

Com o aumento da demanda por asfalto no segundo semestre, potencializada, neste ano, pelo período eleitoral, e com a Refinaria de Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), da Petrobras, operando no limite da capacidade, o setor da construção pesada no Estado alega que está havendo redução da cota destinada para os distribuidores que revendem o insumo para a produção do asfalto usado nas obras no Estado.

Localizada no Mucuripe, a Lubnor atende a demanda da área que vai de Pernambuco até o Pará. "É uma produção de asfalto que sai na quantidade certa para todos esses estados, e quando aumenta a demanda, a refinaria não tem capacidade para atender a todos, o que normalmente acontece no segundo semestre, quando há mais obras", diz Eduardo Benevides, diretor de comunicação e relações públicas do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Ceará (Sinconpe-CE).

Outro fator que estaria agravando o problema de abastecimento no Estado é a queda da produção da refinaria Isaac Sabbá (Reman), localizada em Manaus, que abastece a região da Amazônia. Com isso, diz o Sinconpe, empresas daquela região também passaram a buscar asfalto da refinaria cearense. "Eventualmente, quando alguma outra refinaria dá problema, os clientes começam a comprar asfalto de refinarias mais próximas, e isso vem ocorrendo agora", diz Eduardo Benevides.

Atraso

De acordo com o Sinconpe-CE, as empresas da indústria da construção pesada estão com produção menor de asfalto, o que tem refletido na redução dos trabalhos nos canteiros de obras. Segundo, Benevides, cada dia sem asfalto reflete em dois dias de atraso para obra. Entre as obras que poderão ser prejudicadas, segundo o sindicato, está a conservação e manutenção asfáltica das prefeituras de Fortaleza e Caucaia. Como a Lubnor detém o monopólio do comércio de asfalto, os empresários do setor se dizem sem alternativa para conseguir matéria-prima para dar seguimento às obras.

Demanda atendida

Procurada, a Petrobras disse, em nota, que "de janeiro a setembro de 2018, a Lubnor atendeu toda demanda de cimento asfáltico de petróleo, insumo para a pavimentação asfáltica".

"Além disso, a Petrobras planeja de forma integrada a conciliação entre demanda de mercado e oferta de produto em seus vários pontos de venda. Dessa forma, caso a demanda exceda o planejado pela companhia e o esperado pelos clientes, a Petrobras poderá ainda ofertar produto por meio de outras refinarias". A Lubnor produz anualmente 235 mil toneladas de asfaltos por ano, sendo responsável por cerca de 13% da produção de asfaltos do Brasil.

Além de produtora, também distribui o insumo para nove estados das regiões Norte e Nordeste.

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