Jovens usam tecnologia para empreender em universidades no Ceará

Estudantes criam ideias inovadoras em ambientes acadêmicos para elaborar produtos de diversas áreas, que já são comercializados no mercado

Escrito por Bernadeth Vasconcelos , bernadeth.vasconcelos@verdesmares.com.br
Legenda: Startup cearense desenvolve tratamento em animais usando leite de cabras transgênicas
Foto: Foto: Ares Soares

Empreender com inovação. É o que jovens estudantes de universidades no Ceará estão colocando em prática, por meio da criação de incubadoras - pequenas empresas da área de tecnologia - que se ampliam e logo transformam-se em startups. "Essas empresas são importantes porque promovem uma solução criativa, através de uma tecnologia intensiva na questão operacional, gerando baixos custos para a produção. É uma tendência que tende a crescer nesses ambientes acadêmicos e no mercado", analisa Lucas Rebouças, gestor de incubadoras do Instituto Federal do Ceará (IFCE), do campus de Fortaleza.

Os estudos que resultaram em empreendimentos de sucesso ganham força nas universidades. Na Capital, o IFCE possui nove pequenas empresas que atuam na área da tecnologia. De acordo com o gestor do Instituto, três startups já estão em fase de maturação e outras seis estão em fase de pré-aceleração, quando essas incubadoras ainda estão definindo como desenvolver o produto final para ser comercializado. Na Universidade de Fortaleza (Unifor), são três incubadoras e duas startups consolidadas. Além disso, na Universidade Federal do Ceará (UFC) são, pelo menos, cinco projetos de empresas que trabalham na área tecnológica.

Em atuação

A Fortgen, empresa que atua há 5 anos e começou como incubadora em universidade, trabalha na área da pesquisa e elaboração de tratamentos na área da medicina veterinária. Um dos cofundadores da startup, Kaio Tavares, sempre trabalhou como pesquisador em medicina veterinária e biotecnologia. Ele e mais dois sócios decidiram seguir os caminhos fora da universidade também.

"O foco inicial da empresa foi a produção de medicamentos utilizando leite de cabra transgênico para tratamento em animais. A ideia foi captar investimento para transferir essa tecnologia para o mercado. Mas isso passa por muitas etapas. Então, tivemos que explorar outras opções no mercado", contou.

Segundo o pesquisador, a startup decidiu explorar outras opções, como a utilização de células-tronco em cães e cavalos. E já estão conseguindo comercializar esse produto há um ano. Com os lucros iniciais, a ideia foi disseminar mais o produto às distribuidoras. Em relação à expansão, a empresa conseguiu captação através de recursos públicos e privados, com parcerias. "Estamos estudando utilizar nossas pesquisas com cabras transgênicas em tratamentos de câncer em humanos. Todos os nossos recursos financeiros que entraram na empresa foram destinados a investimentos em equipamentos inovadores para a ampliação das pesquisas", comentou Kaio.

Legenda: Estudantes tornam-se empreendedores de startup que desenvolve produtos na área de energia solar
Foto: Foto: JL Rosa

Ambiente favorável

Quem teve estímulos no contexto acadêmico também decidiu realizar a vontade de empreender antes da formatura se aproximar. "Nós éramos bolsistas e estagiários, na época. E sempre tivemos um contato com a energia solar na faculdade. Nós percebemos que esse segmento está em crescimento. O empreendedorismo nos instigou a criar uma incubadora", revela Pedro Vasconcelos, engenheiro e um dos sócios do Instituto Solar, startup que desenvolve produtos na de energia solar.

A empresa já se consolidou como startup há um ano, e obteve um crescimento de, pelo menos, 50% em projetos e vendas de placas solares em residências e comércios. Além de desenvolver estes produtos, a startup também presta serviços de consultoria para interessados em energia solar ou empreendedores.

Através da iniciativa, a empresa conseguiu comercializar o produto em tempo hábil. De acordo com Pedro, ações como essas estão se tornando mais comuns nas universidades. "Muita gente está ficando interessada, porque o ambiente empreendedor está ficando mais comum nas universidades. Nós somos estimulados desde o começo, com palestras e acompanhamento das incubadoras em fase inicial, que desejam expandir sua ideia para algo que as pessoas consumam", comenta.

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