Inflação em Fortaleza acumula alta de 2,27%

Apenas em setembro, o aumento foi de 0,28%, após uma retração também de 0,28% no mês de agosto

Escrito por Redação ,
Legenda: Em setembro, o grupo transportes teve um peso significativo para o resultado da inflação de Fortaleza. O óleo diesel foi o produto que apresentou o maior aumento de preços com uma variação de 7,20%
Foto: FOTO: THIAGO GADELHA

Os consumidores da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) viram os preços dos produtos e serviços subirem 0,28%. O aumento ocorreu após uma queda de 0,28% em agosto. Com o resultado, o índice acumula variação positiva de 2,27% nos primeiros nove meses de 2018, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado esta sexta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Preços sobem menos para famílias com renda menor

Essa inflação "comportada" é reflexo da baixa atividade econômica do País ainda persistente, segundo o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE) e sócio da Conceito Investimentos, Ênio Arêa Leão. "A inflação baixa é boa porque não temos uma desvalorização da nossa moeda, mas é ruim porque indica que o Brasil permanece sem crescer", afirma.

arte

Ênio ressalta que a alta do câmbio irá impactar em algum momento na inflação. "Essa preocupação ficou clara na última reunião do Copom. O que ainda não sabemos é quando esse repasse virá e de que tamanho será", explica. Ele acrescenta que durante a greve dos caminhoneiros houve uma preocupação muito grande em relação à duração dos efeitos da paralisação. "No mês seguinte ao ocorrido, a inflação veio muito alta, mas depois foi se diluindo".

Transportes mais caro

O vice-presidente do Ibef-CE esclarece ainda que essa leve alta observada em setembro tem a ver com a alteração pontual de algum item. Os produtos que mais apresentaram acréscimo nos preços no período foram o mamão, ficando 20,69% mais caro, o óleo diesel (7,20%), a goiaba (6,31%), o peixe-serra (5,73%) e a máquina fotográfica (4,73%). No sentido contrário, ficaram mais baratos a cebola (-17,24%), a banana prata (-14,59%), o maracujá (-14,35%), a uva (-9,33%) e a carne de carneiro (-5,44%).

Entre as classes se despesas, Transportes foi a que apresentou maior variação, alcançando 1,22% em setembro contra -1,37% de agosto. Ênio explica a elevação à política de reajuste dos combustíveis utilizada pela Petrobras. "Se a gasolina está subindo nos postos, isso significa que está aumentando ainda mais no atacado. E esse é um produto cujo preço está diretamente ligado ao valor do petróleo no exterior, que é comercializado em dólar, e ao próprio câmbio. Tanto um como o outro estão em escalada", destaca.

Outro avanço importante ocorreu no grupo alimentação, que passou de um recuo de 0,23%, em agosto, para uma alta de 0,31%, em setembro. No caso do grupo habitação, a variação negativa de 0,56%, em agosto, passou para uma queda menor em setembro, de 0,16%.

Brasil

O IPCA do Brasil teve variação de 0,48% em setembro. O indicador mede a inflação oficial do País e acelerou em relação a agosto, quando houve deflação de 0,09%. Em 12 meses, o IPCA acumula 4,53% no período que vai de outubro de 2017 a setembro de 2018. Já entre janeiro e setembro deste ano, a inflação acumula variação de 3,34%. O grupo transportes teve o maior impacto no IPCA de setembro, porque apresentou alta de 1,69% após queda de 1,22% em agosto. A variação foi puxada pelos combustíveis e foi a maior para um mês de setembro desde o início do Plano Real, em 1994.

Entre os combustíveis pesquisados, apenas o gás veicular teve uma desaceleração de preços. A gasolina saiu de -1,45% em agosto para 3,94% em setembro, o etanol foi de -4,69% para 5,42% e o óleo diesel, de -0,29% para 6,91%. As passagens aéreas também puxaram a inflação dos transportes com uma alta de 16,81%, invertendo o sentido da variação de preços de agosto, que havia sido de -26,12%.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados