Governo pode reduzir uso das térmicas, diz ONS

Escrito por Redação ,
Voltou a chover em parte do País, mas não no Nordeste, onde os reservatórios estão com nível crítico, de 27,6%

Rio. O governo federal pode diminuir a geração termelétrica a partir de novembro, segundo disse, na última quinta-feira, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp. A decisão pode ser tomada diante da retomada das chuvas e da perspectiva de continuidade até o fim do ano.

Se as previsões climáticas e meteorológicas usadas pelo ONS se confirmarem, deverá haver queda no despacho térmico, em todo o País, após a próxima reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) Foto: divulgação

Chuvas

Segundo ele, começou a chover, nos últimos dias, nas principais regiões onde estão as hidrelétricas - com exceção do Nordeste, onde o nível dos reservatórios é mais crítico e está em 27,6% de armazenamento.

A perspectiva do ONS, com base em informações climáticas, é que essas chuvas se estendam até pelo menos o fim do ano. "A transição é boa para o período úmido, diferente do ano passado, e o último trimestre deve ser mais chuvoso", disse Chipp.

A chuva já chegou à cabeceira do rio São Francisco, no Nordeste e, em breve, deve avançar e aumentar o volume de água na região, segundo afirmou. A transferência de energia de outras regiões para o Nordeste está oscilando entre 2.500 e 3.000 megawatts (MW).

Despacho menor

Se as previsões climáticas e meteorológicas se confirmarem, há chance de haver uma redução no despacho térmico no País - que hoje está em 10.500 MW - na próxima reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em novembro.

Custo marginal

"Tenho expectativa de que se a previsão dos meteorologistas se confirmar, você reduz custo marginal, reduz térmicas e não vai ter térmica adicional. Há indicação razoável de reduzir o despacho", destacou Chipp.

Há ainda possibilidade de o critério de segurança N-2, adotado na última reunião do CMSE depois de blecaute na região Nordeste em agosto, seja abandonado, com retorno para o critério N-1, segundo Chipp. Dessa forma, a transmissão de energia para o Nordeste poderia, segundo Chipp, voltar para 3.800 MW.

Critério de segurança

Depois do blecaute, o governo resolveu reduzir a exportação de energia de outras regiões para o Nordeste e elevou o despacho térmico naquela Região.

As medidas elevaram o critério de segurança do sistema na Região, de forma que possa suportar contingências duplas sem resultar em blecautes.

O diretor-geral do ONS estima ainda que a carga movimentada no sistema elétrico em 2013 crescerá cerca de 4% ante o ano passado.

Pecém II entra em operação comercial

A empresa Eneva divulgou ontem que a usina termelétrica Pecém II, em São Gonçalo do Amarante, recebeu autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para iniciar operação comercial. Conforme a companhia, a Pecém II, que tem capacidade instalada de 365 MW, passa a ser remunerada segundo os termos do Contrato de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEAR) assegurado no leilão de energia A-5 de 2008. O CCEAR tem prazo de 15 anos e garante receita fixa anual de R$ 269,2 milhões, indexada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e, adicionalmente, uma receita variável destinada a cobrir os custos incorridos quando a planta for despachada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).

A Pecém II se sincronizou com o Sistema Interligado Nacional (SIN) em 2 de junho de 2013 e concluiu todos os testes elétricos requeridos pelo ONS no mesmo mês. Desde então, o Empreendimento aguardava a conclusão da construção da nova subestação Pecém II, sob responsabilidade da Chesf/TDG S.A. Em agosto, a Aneel determinou a postergação do início do CCEAR de Pecém II até a operação da subestação. Em 15 de outubro, a Pecém II se sincronizou novamente com o SIN.
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