Fecomércio-CE irá lançar banco digital com foco no segmento

Iniciativa da instituição cearense é planejada há meses e, segundo o presidente da entidade, Maurício Filizola, deve servir de estímulo aos empresários em meio aos efeitos da pandemia. Banco deve ser expandido a outros estados

Escrito por Carolina Mesquita , carolina.mesquita@svm.com.br
Legenda: Comerciantes cearenses poderão ter mais opções de financiamento
Foto: Foto: Kid Júnior

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE) lançará, em maio, um banco digital. A instituição irá atender pessoas físicas e jurídicas de qualquer segmento, mas terá serviços voltados para a base que representa.

A informação foi divulgada pelo presidente da Federação, Maurício Filizola, em coletiva virtual na manhã de ontem (1º). Segundo ele, a ideia está sendo desenvolvida há dez meses e teve seu lançamento adiado por conta da pandemia do novo coronavírus.

"O banco já está pronto. Estamos definindo a data para o lançamento, mas vai ser um estímulo aos empresários nesse momento", afirmou.

Filizola revela que o Fecomércio Bank - como vai se chamar a instituição financeira - terá toda a cartela de serviços de um banco digital e taxas mais baixas que a média do mercado. Um dos objetivos do banco é desburocratizar o dia a dia dos empresários e de seus colaboradores, realizando os serviços com mais velocidade.

Como diferenciais, o presidente da Fecomércio-CE detalha que, ao utilizar os serviços do banco, os clientes poderão acumular pontos para serem trocados em serviços do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), os braços social e educativo do sistema Fecomércio.

Para os clientes pessoa física, alguns dos serviços disponíveis são conta digital com transferências, pagamentos, cartões de débito e crédito nacionais e internacionais, além de cartão alimentação, combustível, portabilidade de salário, cashback em compras, entre outros.

Já para as empresas, ainda estão disponíveis máquina de cartões POS e ATM 24, um caixa eletrônico personalizado que permite saques e pagamentos, entre outros. Filizola ainda ressalta que a iniciativa é da Fecomércio-CE, em parceria com a BTX Digital - empresa especializada em construir bancos digitais - e, posteriormente, será expandida a outros estados.

A BTX Digital foi criada pelo fundo de investimentos global RedLions Capital no ano passado. A empresa é responsável por todo o investimento nos bancos criados, não sendo necessário dinheiro dos contratantes. Em contrapartida, a BTX Digital mantém 50% do controle dos bancos.

A participação em diversas instituições financeiras é o que possibilita taxas mais baixas. No caso do Fecomércio Bank, as tarifas dos serviços ainda não foram divulgadas.

Questionado sobre os riscos de realizar empréstimos e financiamentos durante a pandemia, período em que a maioria das famílias e negócios estão com a renda comprometida, Filizola não demonstrou preocupação e assegurou que o banco terá critérios de análise semelhantes aos já utilizadas atualmente.

Vendas

Ainda em maio, a Fecomércio-CE também irá lançar uma plataforma martketplace. O serviço de e-commerce estará ligada ao cartão do empresário, ferramenta criada para os empresários do segmento e que dá vantagens como desconto na compra de carros, em instituições de ensino superior, planos de saúde, etc.

"Acreditamos que, até o dia 15 de maio, estaremos operacionalizando a plataforma em quase sua plenitude, porque vamos sempre tendo ideias e acrescentando, é um processo dinâmico", pontua Filizola. A Fecomércio-CE ainda ajudará as empresas a planejarem o futuro dos negócios através de uma ferramenta de análise de gestão.

Demandas

Ainda durante a coletiva, o presidente da Fecomércio-CE lembrou algumas das demandas do setor com o Governo do Estado. Entre elas, está a adoção de nova lista de serviços essenciais, tendo como base o decreto federal que ampliou os segmentos autorizados a funcionar durante o isolamento social.

Filizola ainda apontou que a falta de previsibilidade de quando a atividade econômica retornará é um dos aspectos que tem gerado inquietação no setor que representa. "Desde o início, não tivemos essa clareza. Teria sido muito importante nos dar dois ou três dias para nos organizarmos antes de fechar. Desde então, não nos deram nenhuma previsão de quando poderíamos voltar", reclamou.

Outro pleito do setor é a redução de alíquota, prorrogação de prazos e parcelamento do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o que não foi atendido até o momento pelo Estado.

"Eu entendo que tem a questão com o Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários da Fazenda dos Estados e Distrito Federal), mas o Estado está buscando do Governo Federal alternativas para suprir a queda na arrecadação e as empresas ainda estão tendo de pagar sem condições de honrar", ressaltou Filizola.

O presidente da Fecomércio-CE acrescentou que a reivindicação não deixará de ser pontuada em nenhuma reunião com o Estado.

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