Falta de energia afeta serviços de telecom

População dos estados afetados pelo apagão teve dificuldade para realizar chamadas e acessar internet

Escrito por Redação ,
Legenda: O sinal de telefone fixo e móvel ficou instável por horas, durante e após o apagão. Usuários relataram problemas em diversas regiões
Foto: FOTO: KLÉBER A. GONÇALVES

Se já não bastasse a falta de energia causada por uma falha em um disjuntor da subestação de Xingu, que é responsável pelo escoamento de praticamente toda a geração da usina de Belo Monte, segundo informou o Operador Nacional do Sistema (ONS), o sinal de telefone, fixo e celular, também ficou instável após o apagão que acometeu todo o Estado do Ceará juntamente com os demais estados do Nordeste e parte do Norte do País. A falta do serviço tornou a situação na Capital ainda mais grave.

Ligações que não completavam, com falhas tanto na voz quanto nas conexões 3G e 4G foram relatados por usuários à reportagem ao longo do fim da tarde - momento em que aconteceu a falta de energia - e também, pelo menos, até o início da noite de ontem (21).

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Ao mesmo tempo que saíam dos empregos, escolas e voltavam para casa, as pessoas tiveram que enfrentar o caos das ruas sem semáforos ativos e, principalmente, sem ter comunicação com os familiares. A instabilidade nos sinais, vez por outra, permitia completar uma ligação e utilizar serviços de mensagens instantâneas. Mas, na maioria das vezes, o usuário não pôde ter o contato que desejava, o que tornou o retorno para casa mais complicado. Além do mais, o acesso à informação foi precário e não souberam que o apagão se deu em todo Norte e Nordeste.

Normalização

De todas as operadoras, apenas a Oi informou que "os serviços de telefonia e internet móvel funcionam normalmente".

No entanto, mesmo afirmando que "os equipamentos da Oi possuem geradores e bateria", a empresa de telecomunicações pontuou em nota enviada ontem à noite à reportagem que "em função da interrupção no fornecimento de energia elétrica comercial em diversos Estados do País, alguns clientes da companhia podem enfrentar dificuldades pontuais".

A TIM, por sua vez, informou "que alguns clientes nos estados do Nordeste poderão encontrar dificuldades para utilização de seus serviços, devido à falta de energia elétrica que afeta a região", e disse que "técnicos da companhia trabalham para normalizar a prestação dos serviços, tão logo seja possível".

O mesmo afirmou a operadora Vivo, que garantiu em nota enviada ao jornal que "os serviços estão sendo normalizados à medida que a energia comercial é restabelecida".

A Claro e a NET tiveram o mesmo posicionamento e afirmaram "que seguem acompanhando o caso de perto para garantir a normalização dos serviços no menor tempo possível".

Nas demais regiões atingidas pelo apagão, houve diversos relatos de dificuldades para utilizar os serviços de telecomunicação.

Atingidos

De acordo com as companhias de energia locais, 2.049 cidades foram afetadas nos 14 estados. O número representa 93% do total de municípios (2.204) desses estados.

Também houve registro de falta de energia em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Por conta do apagão, em Alagoas, alunos da Universidade Federal (Ufal) fizeram prova com a lanterna do celular. Imagens foram postadas nas redes sociais, junto com relatos de alunos e professores. A falta de luz também afetou uma reunião do colegiado do curso de Relações Públicas (RRPP). Eles pegaram as cadeiras da sala onde estavam e colocaram do lado de fora.

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