Estágios remunerados injetaram R$ 52 milhões no Ceará em 2017

Média dos valores recebidos pelos estudantes cearenses, de R$ 620, é a segunda maior entre estados do Nordeste. Do total de estagiários do Estado, somente 31,2% recebiam bolsa auxílio

Escrito por Redação ,
Legenda: Do total de estagiários bolsistas no Ceará, 70% se concentram em Fortaleza

A remuneração a estagiários bolsistas injetou aproximadamente R$ 52 milhões na economia do Ceará em 2017, de acordo com dados do estudo Benefícios Econômicos e Sociais do Estágio e da Aprendizagem, do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgado ontem (11). O Estado é o segundo com maior remuneração média de bolsas-auxílio do Nordeste, no valor de R$ 620.

No ranking, o Ceará fica atrás apenas da Bahia, cuja média é de R$ 638. "Essa massa de renda dá um impacto na economia do Estado por conta da quantidade de bolsas geradas nesse período. Apesar de a quantidade e o valor das bolsas aqui (no Nordeste) serem menores que em estados do Sudeste e Sul do Brasil", explica Cláudio Moreira, supervisor do CIEE no Ceará. Na média nacional, o valor das bolsas foi de R$ 850, o que representou uma queda em relação a 2010, quando a bolsa era de R$ 883.

Distribuição

Ainda de acordo com Moreira, do total de estagiários do Ceará (cerca de 7 mil), 31,2% recebem bolsa. Destes, 70% se concentram em Fortaleza e o restante está distribuído majoritariamente em municípios como Sobral e Juazeiro do Norte.

Na avaliação do supervisor do CIEE no Ceará, os empresários precisam mudar a postura e ampliar a oferta de vagas de estágio oferecidas no mercado atualmente. "Nós temos que melhorar os números. Temos que buscar mais parceria entre as empresas público-privadas, buscando vagas de estágios com bolsa no Estado. A previsão do CIEE é dobrar o volume de estagiários para 2022 em todos os estados do Brasil", aponta.

Entre os fatores que explicam o baixo número de oportunidades de estágio remunerado no interior do Estado, Cláudio Moreira acredita que falta a empresários da região a consciência de que, ao oferecer oportunidades aos jovens, também se está investindo em capacitação, o que pode promover o crescimento da produtividade das empresas.

"Há uma cultura do empresariado em meio à falta de buscas na prospecção de vagas no mercado. É preciso mais oportunidades para estudantes em estágios. Os empresários precisam entender que o estágio vai trazer tempo de experiência para esses jovens e prepará-los para fazer parte do quadro de funcionário deles futuramente", observa o supervisor do CIEE no Ceará.

Perfil

O levantamento também revela que, de todos os estudantes matriculados em cursos de nível superior no Brasil, 6,6% estão em instituições do Ceará. Por outro lado, a representatividade do Estado em número de estagiários é de somente 2,2% no País.

Já em relação aos aprendizes (jovens entre 14 e 24 anos, matriculados em escolas técnico-profissional), cuja média de remuneração também é de R$ 620, o Ceará concentra 3,9% do total do País.

No cenário nacional, a pesquisa mostrou que a maioria dos estagiários remunerados são de ensino superior (76,5%), seguidos por alunos do ensino médio (20%). Além disso, os cursos que têm a maior proporção de alunos com estágios remunerados são os de Direito (22,4%), Administração (12,4%) e Ciências da Educação (8,9%).

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