Estado lidera geração de empregos em turismo

Em junho, o setor abriu 479 vagas de trabalho no Estado, conforme pesquisa divulgada, ontem, pela CNC

Escrito por Redação ,
Legenda: Nos últimos 12 meses, o Ceará contabilizou a abertura de 764 postos de trabalho no setor. No acumulado deste ano, foram fechadas 275 vagas
Foto: FOTO: FERNANDA SIEBRA

O setor de turismo no Ceará gerou em junho deste ano 479 empregos formais. De acordo com estudo de Empregabilidade no Turismo, produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgado ontem (31), o Estado obteve o melhor resultado do País no mês. Em 12 meses, foram criadas 764 vagas de trabalho, enquanto no ano de 2018 foram encerrados 275 postos com carteira assinada.

"A gente colocou no relatório a questão da situação fiscal do Estado. Isso é positivo e contribuiu para o resultado. Além disso, há a própria atração natural do Ceará, relacionada com as políticas públicas governamentais de atração do turismo", explicou o economista da CNC, Antonio Everton.

Ele afirmou ainda que a instalação do centro de conexões da Air France-KLM e Gol incentivou o resultado do Estado. "O hub oportuniza negócios à medida que o Estado exercer atração. Isso ajuda e pode ser causa e efeito. Também tem a parte de infraestrutura e capacitação de pessoal e toda a dinâmica que converge para uma melhora do cenário", completou.

"Se você tiver condições para receber o turista, como logística de transporte, hotelaria, beleza natural, infraestrutura e segurança, evidentemente que atrai mais gente. Porém, a gente tem visto que Fortaleza está ardendo com os incêndios nos ônibus e isso amedronta e afugenta os turistas. O turismo é uma atividade programada e planejada. Uma pessoa vai pensar duas vezes hoje para se programar e ir para um destino específico", reforçou o economista.

De acordo com ele, as medidas adotadas pelo governo do Estado somadas às ações da iniciativa privada contêm fatores de risco. "O investimento está atrelado ao risco. Nesse sentido se espera ganhar dinheiro, ter um retorno lucrativo. Por outro lado, você vai ter oscilações de mercado. Observando a economia local a expectativa para o Ceará é positiva", comentou.

Setores

Segundo o relatório da CNC, os setores que mais empregaram foram nesta ordem: outros serviços de lazer (154 empregos formais), locadoras de veículos (37), serviços culturais (23), agentes de viagem (18), transporte ferroviário de passageiros (4) e transporte aéreo (3).

No ano, o melhor resultado é do transporte aéreo, com a criação de 51 vagas de trabalho formal. Em seguida aparecem agentes de viagem (38) e serviços culturais (34). "Tivemos um crescimento em agentes de viagem e na área de cultura e lazer. Houve também incremento na área de hospedagem e alimentação, tanto em hotéis e similares quanto em restaurantes e similares", acrescentou o economista.

Brasil

O setor de turismo no País fechou junho com saldo negativo de 7.743 postos de trabalho, com ajuste sazonal. De acordo com o estudo, os serviços ligados ao turismo continuaram amargando prejuízos, uma vez que se manteve a tendência do desemprego do mês anterior. Em maio, o número de desempregados foi um pouco maior, atingindo 8.754 trabalhadores. Nesses dois meses, o desemprego acumulou 16,5 mil pessoas, reflexo do tamanho do ajuste de diminuição de custos que as empresas realizaram.

O resultado entre admissões/demissões no primeiro semestre deste ano atingiu -11.689, menor do que o verificado no mesmo período do ano passado (-13.061). Em 2016, a economia do turismo brasileiro gerou 37.392 novos postos, apesar da recessão. Isso ocorreu porque as empresas do setor de serviços demoraram a reduzir o contingente de pessoal.

"No curto prazo, a melhora do setor vai depender do otimismo dos consumidores quanto às perspectivas do mercado de trabalho, à estabilidade dos preços e à folga para gastos novos nos orçamentos. Também vai depender da capacidade de a economia voltar a crescer", projetou o economista. "Enquanto isso não acontece, o emprego no turismo continuará sofrendo as oscilações da conjuntura econômica, retrato do desempenho das empresas do setor", completou.

O levantamento mostra ainda um movimento atípico em relação à empregabilidade nos segmentos. Agentes de viagens (+71), cultura e lazer (+49), assim como locadoras de veículos (+33), empresas aéreas de transporte de passageiros (+305) e ferrovias (+111), foram os segmentos que mais empregaram. Já hospedagem e alimentação impulsionaram o desemprego (-6.269).

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