Endividamento recua pelo sexto mês consecutivo no Ceará

Um dos motivos para a queda do endividamento apontada por pesquisa da Fecomércio-CE é que os consumidores aprenderam a organizar mais as finanças

Escrito por Redação ,
Legenda: Com as dívidas em queda livre, o consumidor terá mais dinheiro para ir às compras neste Natal
Foto: Foto: Kléber A. Gonçalves

O nível de endividamento dos consumidores cearenses caiu pela sexta vez consecutiva em novembro, atingindo 49,3% da população, segundo pesquisa divulgada ontem (23) pela Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). O resultado é 1,6 ponto percentual (p.P.) menor que o de outubro (50,9%) e 20,3 p.P. A menos que o de novembro do ano passado (69,6%).

Ao mesmo tempo, também vem caindo o número de consumidores com dívidas em atraso, que recuou de 20,2% em outubro para 17,8% em novembro. Seguem a mesma trajetória descendente a taxa de comprometimento da renda familiar dos consumidores (de 36,7% a 32,9%) e a de consumidores inadimplentes (9,9% a 6,3%). O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.564, com prazo médio de sete meses, comprometendo 32,9% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.

Os números mostram que o consumidor cearense aprendeu a organizar suas finanças, segundo Cláudia Brilhante, diretora institucional da Fecomércio-CE. "Com a entrada de FGTS, aposentadorias, primeira parcela do 13º salário que muita gente recebeu em julho, os consumidores aproveitaram tudo para pagar as suas contas. Com isso, ele limpou o nome e o endividamento começou a reduzir".

Com menos dinheiro comprometido com parcelas, os cearenses têm mais condições de consumir agora - uma excelente notícia para o comércio, que espera ter em 2018 o melhor Natal dos últimos anos. "A expectativa é que o endividamento continue caindo e as vendas cresçam. Estamos em período de Black Friday agora, que dá um aquecimento muito bom nas vendas, e também as vendas de Natal".

Presentes

Mesmo com as ofertas da Black Friday, a diretora estima que o nível de endividamento só deva voltar a subir no início do próximo ano.

"As pessoas vão receber ainda a parcela do 13° salário, muita gente tem uma economia que vai juntando para comprar os presentes e as roupas de fim de ano. E, ao pagar à vista agora, não deixa prestações para janeiro, que é o período em que temos muitos impostos, matrícula escolar, pagamentos de livros".

Apesar de ter caído 3,8 p.P. Na passagem de outubro para novembro, a taxa de comprometimento da renda familiar de 32,9% ainda não é o ideal, que é abaixo de 30%. Conforme o levantamento realizado pela Fecomércio-CE, a alimentação é a despesa que mais pesa no bolso dos consumidores, indicada por 34,8% dos entrevistados.

Em seguida, aparecem educação (12,3%), vestuário (12%), aluguel residencial (11,2%), eletrodomésticos (8,4%), reforma residencial (7,5%), outras despesas (6,7%), tratamento de saúde (6,2%), eletroeletrônicos (4,4%), móveis residenciais (3,7%) e seguros (0,8%).

O principal motivo alegado pelos consumidores que estão com dívidas em atraso para a situação é o desequilíbrio financeiro (65,9%).

Outros entrevistados (32,5%) disseram ter adiado o pagamento para aplicar os recursos disponíveis em outras finalidades, 5,8% estão contestando o débito e 2,4% esqueceram de pagar.

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