Empresas de telecom geram mais de 4 mil empregos no Estado

Expansão de fibra no interior cria também novas oportunidades de trabalho, principalmente com o surgimento de mais pequenos provedores de internet em cidades cearenses com poucos habitantes

Escrito por Bruno Cabral , bruno.Cabral@diariodonordeste.Com.Br
Legenda: Em quatro anos, cerca de 300 empresas foram criadas no Ceará, no setor de telecomunicações, impulsionadas pela fibra ótica

A expansão da malha de fibra ótica do Ceará, com a participação decisiva de uma série de pequenos e médios provedores de internet criados no interior, levou banda larga a localidades que até então não eram atendidas pelos grandes provedores nacionais e demandou uma mão de obra que não existia nestas áreas do Estado.

Só nos últimos quatro anos, mais 300 empresas do setor foram abertas e, com elas, foram gerados cerca de quatro mil empregos, entre diretos e indiretos. Apenas a Brisanet, fundada em Pereiro e uma das três empresas do consórcio que administra o Cinturão Digital, conta com mais de mil funcionários.

Segundo Mário Macedo, proprietário da Sobral Net, que atua na região Norte do Estado, o desenvolvimento do cinturão fez o setor crescer em nível "fora do normal", mesmo enfrentando um período de economia fraca. "Com a fibra ótica, a nossa velocidade (de transferência de dados) cresceu bastante, assim como a demanda. E como mais de 85% da nossa carteira é composta por clientes residenciais, precisamos de pessoas para oferecer suporte e dar atendimento".

Sobre uma eventual concorrência dos grandes provedores nos municípios já "fibrados", Macedo acredita que hoje está mais difícil para os grandes. "Eles nos deixaram crescer, mas, além disso, os clientes querem uma estrutura local para atendê-los, e os grandes não conseguem oferecer isso. O nosso desafio é manter o nosso crescimento".

Crescimento

Segundo dados compilados pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), de janeiro a junho deste ano, o País teve um saldo de 512.527 novos usuários somente do segmento de provedores regionais. "Isso equivale a dizer que os provedores regionais 'roubaram' 203.123 clientes das grandes operadoras", afirma André Felipe Rodrigues, presidente do conselho administrativo da Abrint.

"Há vários anos, o segmento de provedores regionais tem apresentado um grande crescimento. No ano passado, por exemplo, mais de 80% dos novos usuários de banda larga fixa foram adicionados pelo segmento de provedores regionais", diz Rodrigues.

E com o movimento de interiorização das redes de fibra ótica, essas empresas deverão ter ainda mais destaque tanto na adesão de novos clientes como na geração de novos empregos. "Os provedores regionais vêm desempenhando um papel de motor do crescimento em relação a novos usuários de fibra ótica", completa Rodrigues.

De acordo com a Anatel, em junho deste ano, o Ceará tinha 708.405 usuários de banda larga fixa, sendo o segundo maior estado do Nordeste, atrás apenas da Bahia, que conta com pouco mais de 1 milhão.

Mão de obra

Sobre o tipo de mão de obra demandada pelo segmento, Rodrigues diz que, em geral, os provedores regionais buscam equipes técnicas, de atendimento de marketing e de área financeira. "Nos últimos anos, o perfil do funcionário que mais cresce é o técnico em redes de telecomunicações, com conhecimento em fibra ótica, refletindo o grande crescimento que a fibra tem tido no País", diz o presidente do conselho da Abrint.

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