Egídio Serpa: S. Francisco, a briga pela água

Escrito por Egídio Serpa , egidio.serpa@diariodonordeste.com.br
Foto: FOTO: ANTONIO RODRIGUES

Ainda não se sabe quando chegarão ao Ceará as águas do Projeto São Francisco de Integração de Bacias. Nem quanto elas custarão ao consumidor final. As obras do Eixo Norte, que as levarão até o açude Castanhão, ainda não estão concluídas. Esta coluna aposta em que, no mês de maio ou junho de 2020, isso acontecerá. Mas já se sabe que a cascata de hidrelétricas da Chesf passará a usar menos água para a produção energia.

A Chesf, finalmente, descobriu que há um jeito mais moderno, mais barato e mais rápido de gerar energia elétrica, graças a dois presentes da divina natureza: o sol e o vento. Em dois dias da semana passada, durante alguns minutos, os parques eólicos e solares instalados e em operação no Nordeste geraram mais de 90% da energia consumida na região.

Dentro de, no máximo, cinco anos - quando estarão em funcionamento os novos parques dessas duas fontes renováveis de energia nos vários estados do Nordeste - boa parte das águas das barragens da Chesf será destinada ao abastecimento das populações das cidades, à dessedentação animal e à agricultura irrigada para a produção de alimentos. O avanço da tecnologia tem reduzido os custos de fabricação dos equipamentos de geração eólica e solar, que já são hoje até menores do que os da geração hidráulica.

Desde 2012, por culpa da natureza, a pluviometria no Nordeste vem sendo reduzida. Exemplo: no Ceará, neste ano, choveu muito ao longo do litoral, mas pouco nas cabeceiras dos seus principais rios, razão pela qual a recarga das barragens foi ridícula - o Orós, o Castanhão e o Banabuiú, os três maiores reservatórios do Estado seguem praticamente secos.

Esse estresse hídrico será amenizado pela chegada das águas do Projeto São Francisco ao Castanhão, mas o volume que virá será tão pequeno (talvez 8m³ por segundo ou menos), que seu uso econômico não está ainda assegurado. Há um movimento no sentido de elevar o volume da outorga de 26 m³/s para 50% m³/s. Mas é preciso alertar que haverá briga com baianos e alagoanos.

DIAGEO

Dona das mais famosas marcas mundiais de bebidas destiladas, incluindo a cearense Ypióca, a britânica Diageo lançará quinta-feira, 29, no Km 22 da BR-116, em Itaitinga, a pedra fundamental do seu novo complexo industrial. Com a presença de Camilo Santana.

PETROBRAS

Quase não houve destaque na mídia, mas a agência de risco Moody's anunciou, sexta-feira, 23, que a Petrobras está tendo "contínuo sucesso em melhorar suas métricas de crédito e liquidez, sua capacidade de refinanciar e alongar dívidas, além da disciplina para competir lucrativamente no segmento de derivados". A Moody's também "acredita que o perfil de crédito da companhia deve continuar a melhorar gradativamente". Por isto, elevou a nota de risco da Petrobras, dilapidada por maus políticos e desonestos executivos do PP, MDB e PT.

CAPITALISMO

Na próxima quarta-feira, 28, a partir das 19 horas, o Conexão MRH apresentará a palestra, gratuita, "Despertando o Espírito Heróico do Capitalismo", com o cofundador e ex-diretor geral do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, Thomas Eckshmidt. O local do evento será o auditório da MRH, na Rua Professor Jacinto Botelho, 1600.

BIENAL

Sucesso de crítica e, principalmente, de público, a XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará tornou caóticos a circulação de pessoas, o pagamento do tíquete de estacionamento de veículos, a limpeza dos banheiros e até a circulação de pessoas no Centro de Eventos, que sediou a feira entre 16 e 25 de agosto.

AMAZÔNIA

Subsidiada pelo Governo, ineficiente e com baixa produtividade, a agricultura da França perde feio para a brasileira, uma das três maiores do mundo. O presidente francês, Emmanuel Macron, com popularidade no chão, e sob cujo governo a Catedral de Notre Dame foi destruída por um incêndio, escolheu as queimadas periódicas na Amazônia brasileira como trampolim para o seu projeto de reeleição. Ficou isolado no G-7 com sua ideia de barrar o acordo da UE com o Mercosul. Já a Espanha, cujas ilhas Canárias foram há uma semana alvo de incêndios, rejeitou, junto com Alemanha e também o Reino Unido, a ideia francesa.

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