Egídio Serpa: Chuva, vai piorar o que já está muito ruim

Escrito por Egídio Serpa ,  egidioserpa@diariodonordeste.com.br

São muito ruins os prognósticos científicos para o Ceará nos próximos meses de março, abril e maio. Ontem, o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, disse a um grupo de empresários que o próximo trimestre "será de poucas chuvas", para a região Centro-Sul do Ceará, onde estão os dois maiores açudes do Estado - o Orós e o Castanhão. Mas ele divulgou ainda a notícia de que nesse período o litoral terá boas chuvas. E adiantou que, até 11 de março, "haverá condições favoráveis de chuva em todo o Estado". Quem vive da agropecuária - e são milhares espalhados pelo semiárido - já se preocupa com o que acontecerá no segundo semestre, quando a estiagem tiver trocado por outra cor o verde que hoje pinta de esperança o sertão. Essa preocupação é maior entre as empresas da Região Metropolitana de Fortaleza, principalmente as que consomem água intensivamente, como as fábricas de refrigerantes, cervejas e sucos. E para ampliar a preocupação, corre a informação de que a Secretaria de Recursos Hídricos, hoje ocupada por um técnico, Francisco Teixeira, poderá ter um substituto oriundo da área da política.

Cardiologia

Um grande hospital de Fortaleza, integrante de grupo multinacional, dispensou, na semana passada, os cardiologistas de sua emergência, que passará a ser ocupada por clínicos. Estes examinarão o paciente e, se o caso exigir, encaminharão - via digital - seu diagnóstico e os resultados dos exames de imagem para cardiologistas de um hospital especializado em São Paulo. Um famoso cardiologista cearense disse à coluna que a consulta presencial, feita por especialista que colhe todo o histórico do paciente, às vezes contém falhas, imagina um feito à distância. A expectativa é de que a decisão do hospital seja abortada pela má repercussão que teve entre a comunidade médica de Fortaleza.

Meio ambiente

Empresários do agronegócio conheceram ontem as diretrizes do Programa de Modernização e Otimização do Licenciamento Ambiental que lhes foi apresentado por técnicos da Semace. Tom Prado, CEO da Itaueira Agropecuária, considerou "fatos de alta importância" a reunião e, principalmente, o desejo da Superintendência Estadual do Meio Ambiente de, afinal, reduzir ao mínimo sua burocracia interna e de usar a tecnologia digital para acelerar a velocidade dos processos. Até o fim de março, a Semace encaminhará o Programa para a apreciação do Coema, cujos 37 membros, boa parte representantes de ONGs ambientais, darão a palavra final.

Devagar

Estão lentas, muito lentas, já causando prejuízo à rede hoteleira instalada na área, as obras de modernização da Avenida Beira-Mar. Ou a Prefeitura tem dificuldade de caixa para dar velocidade aos serviços, ou a culpa é da empresa empreiteira que ganhou a licitação e os executa a passo de cágado.

Camarão

Ceará e Equador têm os mesmos 600 km de litoral. O Equador produz 400 mil toneladas de camarão, exportado para os EUA, principalmente. Com a banana que também produzem, os equatorianos exportam o equivalente a US$ 7 bilhões. O Ceará produz 30 mil toneladas de camarão e exporta zero. Carcinicultores culpam a falta de licença ambiental.

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