Dólar cai para R$ 4,16; Bovespa avança 0,99%

Apesar do recuo nessa sexta, a moeda norte-americana acumula alta de 1,51% nesta semana

Escrito por Redação ,
Legenda: O mercado continuou atento ao cenário eleitoral do País, mas o avanço da moeda estadunidense deu uma trégua nessa sexta-feira, após atingir o recorde de R$ 4,19 na véspera, maior valor desde o Plano Real

São Paulo/Fortaleza. Depois da disparada do dólar para o patamar de R$ 4,20 na véspera, a moeda estadunidense recuou de volta ao nível de R$ 4,16 na última sexta-feira (14). Na semana, a alta acumulada é de 1,51%. Investidores seguem atentos a notícias sobre o desenrolar da disputa eleitoral.

Em Fortaleza, a reportagem localizou o dólar turismo variando entre R$ 4,35 e R$ 4,38, contra R$ 4,60 no cartão pré-pago. O euro, por sua vez, mesclou entre R$ 5,10 e R$ 5,15.

Na véspera, as casas de câmbio chegaram a negociar a moeda estadunidense a R$ 4,45, com R$ 4,65 no pré-pago. O euro chegou a R$ 5,21.

Uma recuperação mais robusta de ações de primeira linha conduziu o Índice Bovespa a uma alta de 0,99% na sexta-feira, aos 75.429,09 pontos. A valorização ocorreu em meio ao noticiário eleitoral mais ameno, apesar da expectativa por novas pesquisas de intenção de voto. No acumulado da semana, no entanto, o índice contabilizou perda de 1,29%, reflexo principalmente das incertezas quanto à formação do segundo turno da eleição presidencial.

Operadores afirmaram que a proximidade do vencimento do mercado de opções sobre ações, na segunda-feira (17), exerceu influência para o resultado do Ibovespa no fim do dia. Petrobras PN (+0,43%), Vale ON (+2,64%) e Itaú Unibanco PN (+1,76%), principais papéis negociados no exercício, foram também os mais negociados sexta e que impulsionaram o índice.

As bolsas de Nova York tiveram um pregão de instabilidade, influenciadas, entre outros fatores, pelos relatos de que o presidente Donald Trump irá prosseguir com as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Foi nesse ambiente que o Ibovespa registrou mínimas, após as 13h, até os 74.444,78 pontos (-0,32%). O rompimento do suporte dos 75 mil pontos gerou uma recuperação gradativa, iniciada pelos papéis da Vale, e houve um posterior descolamento de Nova York.

Cautela

A recuperação das ações, no entanto, não escondeu a cautela do investidor ante o cenário eleitoral indefinido. Para a próxima semana, já estão marcadas as divulgações das pesquisas CNT/MDA, na segunda-feira, e Ibope/Estadão/Rede Globo, na terça.

"O cenário eleitoral está cada vez mais complexo, com Jair Bolsonaro em uma zona de indefinição muito grande, sem capacidade de gerir sua campanha, e em meio a diversos ruídos em relação ao futuro de sua campanha", disse Shin Lai, estrategista da Upside Investor.

"A temática eleitoral tem predominado de forma contundente no mercado", afirma o economista-Chefe da DMI Group, Daniel Xavier.

A gestora inglesa Ashmore Investment ressalta em relatório que há preocupações sobre como vai ficar a campanha. Já o banco de investimento norte-americano Brown Brothers Harriman & Co. (BBH) destaca que Luiz Inácio Lula da Silva tenta transferir votos para Fernando Haddad, que assumiu a chapa do PT. Operadores ressaltam que o mercado quer ver, principalmente, como será o desempenho de Haddad e se Bolsonaro deve crescer mais e/ou reduzir seus níveis de rejeição.

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