Desemprego cai pelo 3º mês seguido

Escrito por Redação ,

Em outubro, 14 mil trabalhadores da Região Metropolitana de Fortaleza saíram da fila do desemprego

O mercado de trabalho da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) consolidou em outubro o quadro de melhoria sinalizada nos últimos meses, mantendo a queda no desemprego pelo terceiro mês consecutivo, atingindo a menor taxa de desemprego do ano e alcançando o maior patamar do número de ocupações dos últimos quatro anos. O cenário favorável, entretanto, não se refletiu nos salários. O rendimento médio real foi o único indicador que apresentou queda em setembro de 2012.



O contingente de desempregados totalizou 146 mil pessoas em outubro - 14 mil a menos em relação ao mês anterior (-8,8%) e quatro mil abaixo do número de trabalhadores na fila do desemprego em outubro do ano passado (-2,7%).

O aquecimento do mercado de trabalho resultou na queda recorde da taxa do desemprego entre setembro e outubro, passando de 8,7% para 7,9% da População Economicamente Ativa (PEA), que permaneceu inalterada, em 1,84 milhão de pessoas. Em alta pelo quinto mês consecutivo, o número de ocupações ficou em 1,69 milhão, correspondendo a 14 mil postos a mais em outubro comparativamente à setembro (0,8%) e a 35 mil vagas além do número de ocupados contabilizado em outubro de 2011 (2,1%).

As informações constam na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) realizada mensalmente na RMF pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) em parceria com o Departamento Intersindical e Estudos Socioeconômicos e Estatísticos (Dieese).

Geração

"Nos últimos cinco meses foram geradas 85 mil ocupações na RMF, sendo 14 mil só em outubro. E quem vem puxando esse crescimento é o comércio, que registrou o maior estoque de ocupados dos últimos quatro anos com 34 mil dos 85 mil postos gerados entre junho e outubro. Então isso não é reflexo apenas dos temporários. Estamos falando do crescimento do varejo. O próprio governo tem estimulado o consumo. A tendência de crescimento da atividade comercial é real", frisa Mardônio Costa, analista de mercado de trabalho do Instituto.

Em outubro, a elevação no nível ocupacional ocorreu preponderantemente no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas que experimentou alta de 2,3% ou 9 mil postos face o mês anterior e de 10,6% ou 39 mil vagas adicionais no ano (outubro 2012/2011). Foi o setor que mais cresceu em 12 meses.

Setores

Considerando os demais setores, a construção civil gerou 6 mil ocupações no mês (4,8%) e teve uma queda de 5,1% no ano, com o fechamento de 7 mil vagas em relação a outubro do ano passado.

A indústria de transformação ampliou 3 mil postos no comparativo mensal (1%) e perdeu mil ocupações frente a outubro de 2011 (-0,3%). Já o setor de serviços apresentou queda 0,5% entre setembro e outubro, com o fechamento de 4 mil vagas, e alta de 1,5% em relação ao mesmo mês de 2011, com a criação de 12 mil postos.

Quanto à posição na ocupação, o emprego com carteira assinada foi o destaque, crescendo 2,7%, com o ingresso de 19 mil trabalhadores. No ano, a alta foi de 6,3%, significando o aumento de 43 mil empregos formais no mercado de trabalho da RMF.

"Nos últimos quatro anos estamos vendo a melhora gradativa da qualidade de emprego na RMF. Hoje, 55% dos assalariados são empregados formais. Ao passo que cresce o emprego com carteira, o doméstico vem caindo e o autônomo também", observa o analista do IDT. Outro ponto positivo, segundo a pesquisa, é que a diferença entre homens e mulheres em situação de desemprego vem reduzindo no segundo semestre de 2012.

"De janeiro a junho a taxa de desemprego feminino passou de 9,5% a 12,9%, mas caiu para 9% em outubro ficando abaixo do início do ano. Com isso de junho a outubro o hiato entre homens e mulheres baixou de 5,3 pontos percentuais (p.p.) para 2p.p.", compara Mardônio Costa. Entre os homens, a taxa de desemprego cresceu de 6,9%, em janeiro, para 8,5% em junho, caindo para 7% em outubro.

Continuando com o desemprego mais elevado, os jovens com idade entre 16 e 24 anos começaram o ano com taxa de desemprego de 18,9%, subindo para 22,3% em junho, e caindo para 19,4% em outubro.

Rendimento

Contrariando todos os indicadores positivos do mercado de trabalho da RMF, o rendimento médio real dos ocupados, em setembro de 2012, caiu 3,4% para os ocupados e 4,3% para os assalariados em comparação com o mês imediatamente anterior (agosto/2012). Respectivamente, esses rendimentos passaram a valer R$ 991,00 e R$ 1.061,00.

ÂNGELA CAVALCANTE
REPÓRTER

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