Data centers do Ceará crescem e ganham confiança do empresariado

Tecnologia garante mais segurança de dados e simplifica a operação dos sistemas nas firmas. Quem investe diz alcançar mais satisfação e fidelização dos consumidores com a agilização dos processos, gerando mais receita

Escrito por Redação , negocios@verdesmares.com.br

Processamento de dados, criptografia de informações e conectividade de rede. Os termos podem parecer estranhos, mas são atividades que tornam a vida de muita gente mais prática em várias situações do cotidiano, como consultar o preço de um produto em uma loja ou utilizar um aplicativo que oferece algum serviço. E o fator que garante isso são os chamados data centers - sistemas com estruturas físicas de grande porte para manter informações de empresas ou órgãos. Nos últimos quatro anos, os empresários do Ceará têm investido nesse tipo de tecnologia para garantir a redução de gastos em manutenção de softwares e de dispositivos de segurança. Por isso, o Estado tem se tornado um local atrativo para os investidores do setor, que abriram ao menos quatro grandes empreendimentos no período.

Até agora, há aproximadamente dez data centers em funcionamento no Ceará, segundo o presidente da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), Adalberto Albuquerque. "No Ceará, este mercado tem sinalizado níveis de crescimento em até 200%. A tendência, diante dos estímulos do Governo, é que isso cresça mais nos próximos quatro anos, talvez até duplique. Temos empresas que já estão estudando a possibilidade de novas unidades aqui. E com equipamentos mais robustos e várias certificações internacionais de segurança de rede", aponta Albuquerque.

Para os empresários, o mercado no Ceará alavancou fortemente desde 2014 e, até agora, tem mostrado que veio para ficar. De acordo com Wladimir Soares, diretor executivo da Hostweb Data Center, a presença de vários cabos submarinos no litoral de Fortaleza faz toda a diferença. "Existe uma grande vantagem de se colocar um data center aqui por causa da conectividade dos cabos marinhos que se conectam aqui (Fortaleza, hoje, é o local da América do Sul que mais possui cabos). Se você estiver nos EUA, um site de Fortaleza funciona com mais agilidade do que de São Paulo por causa disso. Uma vantagem estratégica", analisa.

Segundo Soares, desde 2014 o mercado cresceu, principalmente, com a instalação dos cabos submarinos. Só no ano passado, esse cenário impulsionou o faturamento da empresa dele em 18%.

"Estamos projetando crescer 35% no faturamento total neste ano. Estamos imaginando que o mercado está mais aquecido, e as empresas estão buscando mais", comenta Wladimir Soares, diretor da Hostweb.

Na prática

Os data centers são os responsáveis pela criação das famosas "nuvens", ou seja, do armazenamento de informações totalmente na internet, e operam para facilitar o funcionamento de vários serviços. Na prática, é o data center que permite a instalação de um programa no computador ou celular e ter uma cópia de dados (fotos, vídeos, documentos) sem precisar de HD ou pen drive.

"Esses sistemas são equipamentos de informática que têm uma garantia de segurança de serviço, podem fornecer geradores de energia, conexão de internet e uma proteção bem mais potente em relação à segurança feita pelas próprias empresas", afirma Maurício Dourado, chefe do departamento de Ciência e Tecnologia do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).

"A grande vantagem das empresas que contratam esses serviços, que utilizam a capacidade dos data centers, é a chance de aumentar os níveis de criptografia, que é quando só o usuário pode ver suas informações. Isso aumenta a chance de o consumidor criar o próprio site, pagando o domínio à empresa, por exemplo, gastando menos", explica.

Consumidor satisfeito

Algumas empresas de grande porte do Estado têm contratado serviços do ramo para proteger seus dados e reduzir custos operacionais, além de dar maior agilidade no funcionamento dos sistemas. É o caso da DCDN Engenharia, que está no mercado há 35 anos na produção de motores, empilhadeiras e geradores locados em shoppings centers ou hospitais. Antes, o gasto com manutenção de servidores e programas para proteção de dados era alto e, na maioria dos casos, a empresa tinha prejuízo em investimentos e também na satisfação dos consumidores, que reclamavam da demora de alguns procedimentos, o que resultava em perdas para a empresa.

"Às vezes, o cliente ia consultar o item e o sistema estava lento. Ou até mesmo na hora de emitir notas fiscais a operação demorava muito. E agora, com o data center, nossas filiais não dependem mais do sistema da matriz, que fica aqui em Fortaleza", diz Luiz Trotta, empresário e proprietário da empresa especialista em fornecimento de energia.

Além de Fortaleza, a firma tem filiais em Mossoró, Pernambuco e Fernando de Noronha. As sucursais dependiam do sistema da Capital para operarem e, em casos de danos, todas as filiais deixavam de produzir. Hoje, a realidade é outra, que promete mais desenvolvimento.

"Eu acho que vai gerar uma satisfação maior ao consumidor que, por sinal, gera mais venda. Os consumidores estão cada vez mais exigentes. Então, gera mais negócio, porque o cliente se fideliza e isso se converte em receita", pondera o empresário.

Para empresários, o consumidor é quem mais ganha com crescimento do setor. A tecnologia pode agilizar alguns serviços para os clientes, já que os data centers facilitam a operação e proteção de dados

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados