Convênio deve fomentar desenvolvimento do comércio no NE

Banco do Nordeste e Confederação Nacional do Comércio (CNC) unem forças para acelerar crescimento no setor na Região por meio da promoção de acesso a crédito e realização de pesquisas de interesse do setor

Escrito por Redação ,
Legenda: Convênio entre as duas entidades deve ser assinado na próxima semana
Foto: Foto: Fabiane de Paula

Historicamente forte na economia do Nordeste, o comércio de bens e serviços é considerado um robusto vetor do desenvolvimento econômico da Região e, na análise da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ainda há espaço para crescer e se aproximar aos índices do resto do País, e até mesmo ultrapassá-los. "O Nordeste brasileiro precisa voltar a crescer em níveis acima de Sul e Sudeste", pontuou Luiz Gastão Bittencourt, vice-presidente da entidade.

Com esta visão, representantes das Federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de estados da Região e Minas Gerais, CNC e o presidente do Banco do Nordeste (BNB), Romildo Rolim, além de membros da diretoria da instituição de fomento, acertaram os tópicos que compõem o Convênio de Cooperação Técnica entre as partes.

"No segmento de micros e pequenos, o comércio de bens e serviços representa de 70% a 80% de toda a massa produtiva do Nordeste. É importante que essas pessoas tenham maior capacitação, acesso ao crédito e menos burocratização para que possam criar mais empregos e ajudem no desenvolvimento da Região", detalhou Gastão.

E é exatamente nesses pontos que o Banco do Nordeste e CNC devem trabalhar em conjunto. A promoção das possibilidades de crédito ofertadas pelo banco de fomento deve ser tarefa da confederação, enquanto o banco deve oferecer apoio na realização de pesquisas relacionadas ao setor, por meio do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene).

Gastão ponderou que o banco vem "desempenhando papel importante no crescimento econômico da Região". "Nós acreditamos que é possível fazer ainda mais. A união de Banco do Nordeste e da CNC pode servir de alavanca para que a Região possa ser reinserida no papel econômico de desenvolvimento do País", destacou o presidente.

Aparentemente em águas cada vez menos turvas após a polêmica em torno da permanência ou não do Banco do Nordeste como uma instituição desatrelada ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como se especulou no início do Governo de Jair Bolsonaro (PSL), Romildo Rolim, ressaltou que a missão do BNB só é cumprida "a contento se fizer parcerias". A assinatura do convênio deve ocorrer na próxima semana.

"O setor de comércio e serviços movimenta muitos negócios. Azeitar essas relações com os representantes de classe melhora a nossa forma de fazer", acrescentou Rolim. O comércio representa 53% das contratações do BNB com recursos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), considerando as micros e pequenas empresas.

Desemprego

No Ceará, o desemprego é um dos principais gargalos enfrentados pelo comércio. Na avaliação da diretora institucional da Fecomércio-CE e subsecretária geral da CNC, Cláudia Brilhante, medidas ainda discretas por parte do Governo Federal deixam o empresário local inseguro.

"As multas aplicadas, as mudanças nos alvarás em Fortaleza, isso tem gerado um desconforto, e o empresário inseguro não contrata, demite", ressaltou. "Esse convênio com o BNB vai possibilitar uma expansão dos negócios e da geração de emprego. Com emprego, a economia aquece", arrematou Cláudia.

Colocar o Nordeste em posição de destaque no cenário econômico nacional é um desejo acompanhado de preocupação por parte do setor em Pernambuco. De acordo com o presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, a desativação de alguns empreendimentos prejudicou o comércio de bens e serviços nos últimos meses. "A melhora desse cenário depende da aprovação da reforma da Previdência", avalia.

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