Construção vê medida da Caixa como 'boa sinalização' ao mercado

Banco vai cortar juros no crédito imobiliário e oferecer novas alternativas para renegociação de financiamento de imóveis em atraso. Para o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro, medida estimula setor

Escrito por Redação , negocios@verdesmares.com.br
Legenda: Caixa anunciou reduções nas taxas de programas de financiamentos imobiliários
Foto: FOTO: HELENE SANTOS

A decisão da Caixa Econômica Federal de cortar juros no crédito imobiliário e oferecer novas alternativas para renegociação de financiamento de imóveis em atraso foi recebida pelo setor da construção civil cearense como uma ótima sinalização para o mercado local. A perspectiva foi confirmada por André Montenegro, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE).

As reduções de taxas ocorrerão no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), destinado a imóveis avaliados em até R$ 1,5 milhão e que permite o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), para empreendimentos acima de R$ 1,5 milhão, mas que não contemplam a possibilidade de uso do Fundo, também receberá atualizações.

No SFH, a taxa para clientes com conta na Caixa caiu de Taxa Referencial (TR) mais 8,75% ao ano para TR mais 8,5% ao ano. No SFI, a redução foi de TR mais 9,75% ao ano para TR mais 8,5% ao ano, também para correntistas do banco. Ambas começam a valer a partir da próxima segunda-feira (10). A taxa Selic está em 6,5% ao ano.

Segundo o presidente do Sinduscon-CE, a medida é uma sinalização importante da Caixa, mostrando para o mercado que o banco está disposta a seguir como protagonista no setor de financiamentos imobiliários.

Com a atualização de taxas e com as novas opções de renegociação de dívidas, Montenegro acredita que o banco está montando condições para continuar com dinheiro em caixa e poder financiar o mercado. Atualmente, segundo aponta o Sinduscon-CE, dois terços do mercado de financiamentos imobiliários estão sob controle da Caixa.

"Essa é uma sinalização importante para o mercado e para o País, e com ela, a Caixa mostrou que está preparada para suprir o mercado de financiamentos imobiliários. Está mostrando que tem dinheiro e que ela quer financiar", afirmou Montenegro.

Dívidas

Projetada para atender a cerca de 600 mil famílias, a nova política de renegociação de dívidas da Caixa, segundo estima a própria Instituição, deverá ser aplicada em dívidas que têm valor entre R$ 50 e R$ 5 milhões. Ao todo, 2,629 milhões de pessoas físicas e 319.960 pessoas jurídicas deverão ser atendidas. O programa deixa de fora débitos com garantia, como crédito habitacional, e o banco espera recuperar R$ 1 bilhão.

Reformas

Contudo, Montenegro projetou que o setor da construção não deverá voltar a crescer apenas com esta medida da Caixa. Ele afirmou que as reformas macroeconômicas é que darão a estabilidade para que o setor possa retornar a apresentar desempenhos mais estáveis. "Estamos muito esperançosos com as reformas e quando isso sair as empresas já estão com alvarás prontos para voltar a construir", comentou.

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