Conheça mais sobre as atividades de um programador

Quais linguagens são as mais “quentes” do momento? Qual o salário-base e o piso para a categoria? Onde no Brasil se paga melhor? Como é o mercado no Ceará, no Brasil e nos principais países do mundo?

Escrito por Daniel Praciano , daniel.nobre@svm.com.br
Legenda: Anderson Andrade é programador e fala que o mercado está aquecido, mas é preciso estudo e dedicação para prosperar na área
Foto: Foto: José Leomar

Ceará e Fortaleza podem não ser o melhor mercado para programadores, mas está longe de ser o pior. Tanto o Estado quanto a Capital ocupam o 14º lugar em um levantamento de salários-base e salários médios para estes profissionais no Brasil (veja tabela ao lado). Os dados são do site Dissídio.com.br (http://bit.ly/2VcRm3n) que chegou a estes números após o resultado de levantamento de 31.558 salários em admissões de empresas de todo o Brasil neste ano. 

Também consultaram os dissídios da categoria pelos estados e capitais brasileiras. Bem como “as convenções e acordos coletivos da categoria em sindicatos nacionais ou regionais de técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações que foram registrados no sistema Mediador da Secretaria da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, que registra os instrumentos coletivos”.

Apesar destes levantamentos, no mundo corporativo, nem sempre estes valores são respeitados. Anderson Andrade, programador e engenheiro de software na Casa Magalhães, afirmou que o que vai fazer diferença é a experiência do profissional e o porte da empresa, mas no mercado local, por exemplo, é possível um programador iniciante ganhar entre R$ 1.800 e R$ 3 mil, e os mais experientes superarem os R$ 15 mil. “Os salários para o mercado internacional também são bem diversos. Em Portugal, é possível conseguir vagas que pagam 2 mil euros, assim como é possível encontrar outras que permitem o trabalho remoto pagando entre 8 mil euros e até 12 mil euros por mês”, garante ele.

Segundo Ricardo César Lavor, diretor de tecnologia do grupo Casa Magalhães, a média salarial varia de acordo com a tecnologia utilizada. As mais novas e cargos que exigem um maior grau de capacitação possuem médias mais elevadas. “Quando falamos de desenvolvedor, os salários vão de R$ 2.500 a R$ 11 mil. Para arquitetos de soluções, os salários vão de R$ 9 mil a R$ 23 mil”, aponta.

Mercado aqui e lá
E como é o mercado aqui no Ceará, no Brasil e no exterior? Fazendo uma rápida busca no Linkedin Jobs podemos encontrar alguns números interessantes. Toda a pesquisa foi feita no dia 25 de setembro a partir das 9h45. Fizemos uma análise por vagas gerais para programadores, sem especificar a linguagem. 

Aqui no Brasil foram encontradas 5.910 oportunidades. Se reduzirmos a busca para o Ceará aparecem 30 vagas, e 22 em Fortaleza. Se a busca for por programador e o local “United States” (EUA em inglês) são encontradas 1.729 vagas. Se o termo for programmer (programador em inglês), a busca nos EUA (usando o nome United States) salta para 250.783 oportunidades. 

Quando a procura usa o termo em inglês e é feita para Canadá (a palavra em inglês e sem acento) temos 14.793 vagas. Para United Kingdom (Reino Unido) temos 51.304 oportunidades. Buscando vaga de “programmer” no Japan (Japão, em inglês), surgem 459 vagas. Para China foram 3.973. Para a Coreia do Sul, foram 300 resultados. 

Para Caio Lucas, líder técnico na Casa Magalhães, o mercado de tecnologia em geral é ótimo, dado as circunstâncias atuais da economia. “É como se existisse em uma realidade paralela. Enquanto a taxa de desemprego gira em torno de 10%, sobram vagas na área. Empresas demoram meses em busca de um profissional minimamente qualificado e até contratam outras empresas especializadas só em achar esses profissionais, as tais headhunters”, afirma. 

O líder complementa dizendo que, se o candidato dominar a língua inglesa, fica ainda mais fácil conseguir um bom emprego, com muitas oportunidades de recolocação, inclusive no Canadá, Portugal e Leste Europeu. “Além de muitas vagas totalmente remotas, caso não queira se realocar. Claro que é necessário demonstrar a quem contrata que você é capaz, mas é possível fazer isso sem necessariamente ter trabalhado previamente. É o caso de quem contribui ou desenvolve projetos open source”, conclui.

Lavor acrescenta que, atualmente, o mercado para a área está enfrentando um grande “déficit” de mão de obra qualificada, o que faz com que haja inúmeras vagas bem remuneradas sem preenchimento. “Esse problema é global, ou seja, não afeta somente o Brasil, inclusive temos hoje em dia várias empresas estrangeiras concorrendo com empresas nacionais no recrutamento de desenvolvedores qualificados”, diz o diretor.

Mais valorizadas
Javascript, Python, Java, Go, Elixir, Ruby, Swift e Kotlin são linguagens muito comuns e valorizadas no mercado em geral. “O profissional não precisa aprender todas elas, mas é comum um programador iniciar sua carreira em uma linguagem e mudar conforme as necessidades dos projetos que atua”, afirma Andrade. Lavor afirma que o profissional tem que analisar a plataforma que pretende trabalhar para escolher a linguagem ideal. 

O que estudar
Além da Lógica de Programação e Estrutura de Dados, que realmente são a base de tudo e fazem parte da grade de cursos de graduação, é preciso ir além. "É bom lembrar que, profissionalmente, nos níveis além dos estágios, é esperado que os profissionais tenham um bom conhecimento em banco de dados, gerenciamento de versão, teste de software e integração contínua", diz Andrade. Ele complementa que, à medida que a oferta de salário aumenta, também aumenta a expectativa das empresas de que o profissional tenha uma boa noção de sistemas operacionais (principalmente Linux), rede (arquiteturas e protocolos), arquitetura de software, sistemas distribuídos e Cloud Computing. "Ter trabalhado com diversas linguagens de programação é bom, mas somado ao conjunto de tudo mencionado anteriormente torna alguém um excelente profissional", afirma.

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