Cipp S.A. negocia mais duas rotas marítimas para o Porto do Pecém

Novos trechos devem ampliar as conexões do terminal, que já possui seis rotas de cabotagem (transporte entre portos de um mesmo país) e é o único ponto de parada de um navio da Maersk que leva mercadoria para a China

Escrito por Yohanna Pinheiro , yohanna.barros@diariodonordeste.com.br
Legenda: Captação de novas rotas acontece enquanto o terminal fecha parceria com o Porto de Roterdã
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

Prestes a concluir os últimos detalhes da parceria com o Porto de Roterdã, a Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) S.A. Negocia o estabelecimento de mais duas rotas marítimas para o terminal cearense. De acordo com Danilo Serpa, presidente da Cipp S.A., a expectativa é que, pelo menos até janeiro, seja possível fechar uma delas, mas não adiantou mais detalhes.

O Pecém conta hoje com duas rotas regulares de longo curso, seis de cabotagem (entre portos brasileiros) e, em abril deste ano, passou a ser o único ponto de parada no Brasil da nova rota para a Ásia da Maersk Line. "Nesse ano, até outubro, a movimentação de contêineres no Porto já cresceu 37%, justamente nessa batalha de transformar o Pecém em um hub", aponta Serpa.

Para chegar a esse patamar, entretanto, o empresário Carlos Maia, diretor da Termaco Operações Portuárias e da Tecer Terminais, aponta ainda ser necessário uma maior taxa de ocupação dos navios, principalmente no que diz respeito a contêineres. "No transporte aéreo, o passageiro do Norte e do Nordeste deixou de ir para o Sudeste para pegar uma conexão para a Europa. Mas no marítimo, grande parte das cargas ainda vão ao sul do Brasil para depois virem de cabotagem para o Nordeste".

Para configurar o formato de hub, Maia argumenta que as rotas deveriam se concentrar no Pecém para que a carga destinada ao Norte e Nordeste fosse distribuída por meio de cabotagem a partir do porto cearense. "Como plataforma logística, nosso porto já está suficientemente adequado, mas está faltando que o conceito hub se fortaleça".

O empresário pondera que a parceria com o Porto de Roterdã servirá de âncora para que o processo seja melhor desenhado, o que é endossado pelo diretor geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Mário Povia. "Além de atrair linhas internacionais para o Pecém, a parceria traz também uma expertise de gestão portuária, de eficiência que vai ser experimentada ao longo dos próximos anos. Isso em um custo Brasil menor, com portos mais eficientes", argumenta.

O diretor pondera, entretanto, que para se estabelecer como hub portuário, é fundamental o desenvolvimento do acesso ferroviário, no caso, da Transnordestina. "É claro, você pode fazer transbordos na cabotagem, mas a chegada da ferrovia é fundamental", aponta Povia.

Nessa perspectiva, o diretor de institucional do Grupo Edson Queiroz, Igor Queiroz Barroso, destacou a importância da Expolog na identificação desses desafios relacionados à logística no Ceará.

"Esse evento serve para trazer esses debates e os desafios que são necessários de se vencer. O Grupo Edson Queiroz acredita na importância da logística em qualquer negócios", diz Igor.

Parceria com Roterdã

As últimas tratativas do acordo com o Porto de Roterdã devem ser finalizadas no próximo dia 7, segundo Danilo Serpa, quando representantes do terminal holandês virão ao Estado. "Tem ainda uma reunião do conselho de administração do Cipp S.A. Que terá entrada deles, que passam a ter dois membros no conselho", aponta.

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