Ceará reduz desigualdade de renda em 13,4% em 10 anos

Escrito por Redação ,

A desigualdade de renda no Ceará caiu 13,47% no período de 2004 a 2014. Os dados constam no estudo “Desigualdade no Brasil, uma Perspectiva Regional”, de Carlos Góes e Izabela Karpowicz, divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo os pesquisadores, as contribuições mais decisivas para a queda da desigualdade vieram da elevação da escolaridade entre os mais pobres e da formalização do mercado de trabalho, além do programa Bolsa Família. O salário mínimo não entrou na conta porque varia pouco entre os estados brasileiros, logo não ajudaria a entender diferenças entre todas as regiões do País.

No Maranhão, a desigualdade teve a maior queda, de 18,6%. Na sequência aparecem Piauí (18,1%), Pernambuco (16,97%), Paraná (16,34%) e Goiás (15,57%). O Ceará ficou em 12º lugar no ranking de redução. Entre as menores quedas na desigualdade estão Bahia (3,52%), São Paulo (5,53%), Rio de Janeiro (5,61%), Distrito Federal (6,54%) e Acre (7,6%).

Contramão

O Amapá foi o único a ir na contramão e aumentar a desigualdade em 0,37%. O estado é considerado caro e com renda baixa. Em Santa Catarina, lugar menos desigual do País e considerado relativamente barato, a renda total era o dobro. Alagoas e Piauí estão no grupo de estados relativamente pobres e baratos, em que a desigualdade caiu mais.

Os pesquisadores lembram que os efeitos da crise econômica não foram capturados porque a pesquisa só vai até 2014. Ainda assim, dizem ambos, é importante conhecer as variáveis que afetaram a desigualdade nos últimos anos para que, em momentos como o atual, em que o ajuste nas contas do governo federal virou um dos problema mais discutidos do País, seja possível preservar os ganhos obtidos pela sociedade em geral.

Segundo o pesquisador Carlos Góes, a questão fiscal precisa ser resolvida por completo, uma vez que ela é o fundamento para estabilidade macroeconômica do Brasil. “Considerando a necessidade de reformas e de limitar os gastos, temos que fazer escolhas”, diz ele. “O melhor é que elas não contribuam para desigualdade”.

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