Ceará já garantiu 75% da meta do FNE para o próximo ano, diz BNB

No ano seguinte ao qual o Banco do Nordeste bateu o recorde de desembolso do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, o Estado já possui R$ 3 bilhões dos R$ 4 bilhões estipulados para o financiamento local

Escrito por Hugo Renan do Nascimento , hugo.renan@diariodonordeste.com.br
Legenda: 90% do FNE Infraestrutura do último ano foram destinados a projetos de energia fotovoltaica

O Ceará já tem praticamente garantidos R$ 3 bilhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para 2019, o que representa 75% da meta estipulada para o próximo ano. Segundo revelou o superintendente estadual do Banco do Nordeste no Ceará, Jorge Bagdêve, a meta de desembolso para o próximo ano é de R$ 4 bilhões.

"O que eu posso dizer é que nós já temos de prospecção entre carta-consulta em análise de negócios conversados quase R$ 6 bilhões somente para o nosso Estado. É bem verdade que nem tudo isso vai virar negócio, 50% devem virar negócio, então temos R$ 3 bilhões de concreto que a gente pode transformar em números de fato e contratar no ano que vem", afirmou.

Ontem (26), o BNB apresentou alguns resultados de aplicações da Instituição em 2018. Para o presidente do Banco, Romildo Rolim, o FNE é a principal fonte de desenvolvimento do Nordeste e, em 2019, o ritmo de investimento deve ser mantido.

"É um instrumento e uma política de governo para a gente fazer a redução de desigualdades regionais. Nos dois últimos anos, a gente não conseguiu fazer por questões diversas e de demanda. E que neste ano por causa das taxas de juros do FNE, da nova metodologia de cálculo dessas novas taxas, a gente realmente prospectou desde o início de janeiro deste ano", observou.

Segundo Rolim, neste ano, as aplicações do FNE no Estado foram de R$ 3,6 bilhões, o que representou uma alta de 24% em relação a 2017, quando o montante investido foi de R$ 2,65 bilhões.

"Eu acredito que esse ritmo de crescimento do FNE continua em 2019. A gente vê tanto pelas demandas quanto pelo orçamento, trabalhando a captação de recursos. É um valor expressivo para no Ceará. Neste ano, tivemos a inclusão do planejamento dos investimentos, temos a questão do hub aéreo, hub logístico, hub tecnológico, são vários projetos. Tem ainda a questão do Porto do Pecém, tem o entorno do porto, e o BNB quer ser o financiador dessas empresas. Teve também o financiamento do Aeroporto, no valor de R$ 696 milhões, em torno de 70% do investimento total da obra", explicou.

Setores

De acordo com o superintendente do BNB no Ceará, foram contratadas 72,6 mil operações de crédito com recursos do FNE, perfazendo o montante de R$ 3,6 bilhões, dos quais R$ 1,7 bilhão foi exclusivamente para infraestrutura. Tirando esse setor, R$ 568 milhões foram destinados a projetos de grande porte. Para as Micros e Pequenas Empresas (MPEs) foram concedidos o equivalente a R$ 462,2 milhões. Já com os agricultores familiares atendidos pelo Agroamigo foram contratados R$ 303 milhões em crédito.

"No FNE tradicional, indústria e agroindústria foi em torno de 40% do total, comércio e serviços também em torno de 40%. E 20% foram para a atividade rural. Do FNE Infraestrutura (R$ 1,7 bilhão), quase 90% foi para investimentos em energia fotovoltaica ou energia solar", disse.

Marca

O BNB também atingiu a marca histórica de R$ 41 bilhões investidos neste ano em toda a sua área de atuação. Do volume total contratado, R$ 30,3 bilhões foram aplicados com recursos do FNE. Foram 4,8 milhões de operações de crédito realizadas no período.

O crescimento apenas no FNE foi de 90% em relação a 2017, quando foram contratados R$ 15,9 bilhões com essa fonte de recursos. Do montante aplicado neste ano, R$ 14,9 bilhões foram destinados a projetos do setor de infraestrutura, com foco em iniciativas estruturantes para o desenvolvimento do Nordeste, nas áreas de geração de energia, distribuição e transmissão de energia, saneamento básico e infraestrutura aeroportuária.

Um dos segmentos que mais emprega no País, as MPEs tiveram destaque no total contratado com recursos do Fundo, com R$ 2,9 bilhões em aplicações. Com as médias empresas, foram R$ 2,3 bilhões em negócios, enquanto o investimento no grupo dos grandes empreendimentos atingiu R$ 4,2 bilhões.

"Esse crescimento se deve exatamente ao volume maior de operações que foram feitas com a questão da prospecção com o trabalho que foi feito em todos os estados, conversando com todos os segmentos das entidades; às novas taxas de juros do FNE que deu bastante competitividade em relação às demais taxas de juros oferecidas pelo mercado; à celeridade que teve no processo de crédito do Banco; e ao projeto de torná-lo um Banco mais célere com relação à abertura de canais digitais", destacou.

Permanência

Perguntado sobre a permanência no cargo de presidente do BNB, Rolim disse que não sabe e são decisões de política econômica do novo governo. "Nós temos sido chamados para mostrar as informações para o grupo de trabalho montado pelo novo governo. Não há informações sobre continuidade na presidência do Banco, ou que houve qualquer tipo de convite ou conversa a esse respeito. Mas como eu sou funcionário de carreira do Banco, a minha expectativa é continuar como executivo e contribuir para que esse Banco continue forte", afirmou.

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