Ceará disputa térmica a gás da EDP com outros dois estados

A implantação da unidade de regaseificação no Pecém poderá ser decisiva para a escolha

Escrito por Redação ,
Legenda: A estimativa da EDP é que o novo empreendimento planejado pela empresa para o Cipp ou outros dois estados demande um investimento entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões
Foto: Foto: JL Rosa

O Grupo EDP, que administra a Usina Termelétrica do Pecém (UTE Pecém), estuda construir uma nova termelétrica no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) com potência instalada entre 500 MW e 1 mil GW, podendo mais do que dobrar sua capacidade no Estado. O valor do investimento deve ficar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. Segundo Luiz Otávio Henriques, diretor vice-presidente de Geração e Comercialização da EDP, o Ceará concorre com outros dois estados, que não foram revelados pela empresa. A expectativa é de que a nova usina entre em operação em até quatro anos.

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Diferente da UTE Pecém, que é movida a carvão mineral, o novo empreendimento será movido a gás. E um dos pontos que devem ser decisivos para escolha do Ceará é a implantação da unidade de regaseificação que o governo do Estado quer instalar no Cipp em parceria com a coreana Korea Gas Corporation (Kogas), com a qual foi assinado um memorando de entendimento em setembro.

"O planejamento estratégico nosso é a construção de uma nova térmica, para a qual temos, hoje, três posições no Brasil, e uma delas é o Pecém. (A decisão) é uma questão da oportunidade dos ativos de gás estarem disponíveis para nós fazermos, aproveitando a sinergia que nós já temos e desenvolvemos aqui", disse Otávio Henriques, na manhã de ontem, durante a inauguração do novo prédio administrativo da UTE Pecém. De acordo com o governo, a unidade de regaseificação, cujo investimento previsto é de aproximadamente US$ 400 milhões, terá uma capacidade total de produção de 12 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

Unidade administrativa

Questionado se a nova unidade administrativa seria um indicativo da preferência pelo Ceará para instalação da usina a gás, Henriques afirmou apenas que a empresa trabalha com a centralização de serviços. "Essa térmica (UTE Pecém) é a primeira das térmicas ela precisa ser a sede. Essa, sob a ótica estratégica nossa, é a sede do crescimento".

"Somos o terceiro maior produtor de energias renováveis do mundo. E no Brasil temos a maior taxa de crescimento dos últimos seis anos", diz Otávio Henriques. "Temos plena convicção de que o Brasil tem o fundamental para quem trabalha com infraestrutura, que é demanda. Se neste ano não cresce, daqui a quatro vai crescer o que não cresceu. E nós trabalhamos com crescimento sustentável de médio e longo prazo".

UTE Pecém

Com 720 MW de potência instalada a UTE Pecém gera quase metade de toda energia consumida no Ceará, sendo responsável por 25% do resultado do Grupo EDP. Apenas no Brasil, o grupo tem 3 GW de capacidade instalada. Em operação desde 2012, a UTE Pecém gera 370 empregos diretos e 1.053 empregos indiretos no Estado.

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