Campanhas buscam viabilizar pequenos negócios durante pandemia

Responsáveis por mais da metade dos empregos formais e por 26,5% do PIB do Estado, as empresas de pequeno porte tentam sobreviver à crise com apoio de iniciativas de diferentes instituições para incentivar o consumo local

Escrito por Redação ,
Legenda: Bares e restaurantes se uniram para suplicar a ajuda dos bancos e do Governo Federal
Foto: Foto: Fabiane de Paula

Necessário para conter a disseminação do novo coronavírus no Estado, o isolamento social também tem como efeito colateral a debilitação da saúde financeira dos pequenos negócios que, segundo o Sebrae, são responsáveis por 50,3% dos empregos formais do Ceará. Para mitigar os impactos negativos da falta de circulação de gente para essas empresas, diversas instituições têm atuado para que as pessoas consumam produtos e serviços de micros e pequenos empreendedores locais.

O próprio Sebrae iniciou a campanha "Compre do Pequeno", com medidas educativas. "O Sebrae vem apoiar o comércio local perto de suas casas, soluções via aplicativo e compras via internet", disse o presidente nacional do Sebrae, Carlos Melles.

Ele destacou ainda o Guia da Gestão Financeira, elaborado pela entidade, para auxiliar as empresas a enfrentarem a queda do movimento e redução da produção. "Fazemos também lives diárias pelas redes sociais para esclarecer dúvidas, temos uma página com dicas de gestão e o monitoramento dos setores mais afetados", destacou.

Mas as iniciativas não se restringem às entidades representativas do setor - há também parcerias entre empresas para incentivar o consumo local. É o caso da Uber Eats, plataforma de pedidos e entrega de alimentos online, que está oferecendo entrega grátis durante o mês de março a consumidores que fizerem pedidos pelo aplicativo a restaurantes que tenham aderido à campanha "Peça de um local".

Já a Stone Pagamentos, fintech de serviços financeiros, anunciou que destinará R$ 30 milhões em ações para estimular o comércio local, sob a campanha "Compre local, cuide de um pequeno negócio". A empresa ainda vai oferecer outros R$ 100 milhões em microcrédito para o varejo nos estados onde forem determinadas medidas de contenção.

A cervejaria Stella Artois, por sua vez, em parceria com outras empresas, criou o movimento "Apoie um restaurante". A proposta é que o consumidor compre por R$ 50 um voucher de R$ 100 em consumo no futuro, que pode ser utilizado até o fim de 2020 em diversos restaurantes cadastrados. A ideia é prover esses estabelecimentos de capital de giro em meio à brusca queda da demanda.

Impacto

Entre os setores mais afetados pela pandemia da Covid-19, segundo pesquisa do Sebrae, estão os setores de alimentação fora do lar, varejo tradicional, construção civil e moda. Ao todo, são 409 mil pequenos negócios formalizados no Estado, o que representa 98,8% das empresas locais e 26,5% do PIB cearense.

No País, o setor de bares e restaurantes se uniu para suplicar a ajuda dos bancos e do Governo Federal para combater os estragos da pandemia do coronavírus nos negócios e nas vidas de 6 milhões de pessoas que suportam o segmento no País.

Em carta aberta às instituições financeiras, destinada aos banqueiros, listam em torno de sete pedidos que incluem crédito para capital de giro, carência nos pagamentos e contrapartida do governo do lado das garantias para sobreviverem à crise.

Algumas medidas para financiar a folha de pagamentos das empresas estão em debate entre bancos públicos, privados e o Governo. A dificuldade de orquestrar uma saída única e eficaz, porém, adia uma decisão no curto prazo, complicando a vida financeira das empresas.

 

 

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