BB já desponta no CE em crédito imobiliário

Escrito por Redação ,
Valor de novembro de 2012 é 58% superior ao de igual mês de 2012. Operações para Pessoa Física cresceram 70%

A carteira de crédito imobiliário do Banco do Brasil (BB) no Ceará alcançou o volume de aproximadamente R$ 155 milhões. O número corresponde ao valor que o banco ainda deve receber dos clientes desde quando as operações do gênero foram iniciadas no Estado, em 2009.


Em todo o País, o crédito imobiliário em carteira do BB chega a R$ 12 bilhões Foto: Fabiane de Paula

De acordo com a instituição financeira, a evolução nos últimos 12 meses é de R$ 56,7 milhões, o que representa um crescimento de 58% em relação ao volume da carteira de crédito em novembro do ano passado, quando somava a quantia de R$ 98,2 milhões.

Enquanto a carteira de crédito imobiliário do BB no Ceará distribui R$ 129,2 milhões para Pessoa Física, R$ 25,7 milhões para foram para Pessoa Jurídica. Considerando apenas as operações Pessoa Física, verifica-se um crescimento superior a 70% em comparação com o mês de novembro do ano passado.

Minha Casa, Minha Vida

Aproximadamente R$ 5 milhões do volume total atual envolvem operações que integram o Programa Minha, Casa Minha. Foi neste ano que o banco começou a atuar na faixa um do programa e ampliou a atuação nas faixas 2 e 3. Com seis projetos já contratados no Programa na faixa um, que somam 5.224 unidades habitacionais envolvendo investimentos de aproximadamente R$ 325 milhões, o Estado ocupa o 2º lugar no Brasil em quantidade de unidades contratadas, beneficiando famílias com renda de até R$ 1.600,00.

O mais recente contrato do programa MCMV do Estado com o banco foi assinado com a Direcional Engenharia para construção de 2.096 empreendimentos em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. O contrato do "Orgulho Ceará II", firmado em parceria com o Governo do Estado, conta com investimento que vão além da quantia de R$ 136 milhões.

Em Pacatuba, conforme a instituição financeira, a aprovação do contrato para construção de 396 casas aconteceu em tempo recorde. Foram 55 dias para o BB assinar o contrato com a Construtora Morefácil. Com investimento de quase R$ 25 milhões, o BB firma sua entrada definitiva na segunda etapa do programa MCMV.

No Brasil

Em todo o País, crédito imobiliário do BB atingiu a marca de R$ 12 bilhões em carteira, no final de novembro. Nos últimos 12 meses, a expansão foi de R$ 4,37 bilhões, o que representa crescimento percentual de 57,1%.

"Com esses números, o BB vem dobrando anualmente a carteira de negócios em crédito imobiliário, um avanço que ocorre em níveis superiores à média do mercado", diz o banco, que começou a oferecer crédito imobiliário em 2008. A participação do banco no mercado de crédito imobiliário chegou a 3,93%, em setembro.

A carteira de crédito imobiliário do BB está atualmente distribuída em R$ 9,4 bilhões para pessoa física e R$ 2,6 bilhões para pessoa jurídica.

O banco anunciou que deve fazer uma emissão de Letras de Crédito Imobiliário num montante estimado em cerca de R$ 8 bilhões em breve, disse ontem o vice-presidente de finanças do banco, Ivan Monteiro. "Estamos prontos, só aguardando ajustes finais da BMF&Bovespa", disse.

Segundo O executivo, os papéis que serão vendidos prioritariamente entre investidores de varejo e devem aumentar a capacidade do banco de conceder novos financiamentos.

Avanço

56,7 milhões de reais foi a evolução do volume da carteira de crédito imobiliário nos últimos 12 meses

Habitação: mais recursos que veículos

São Paulo/ Fortaleza.
O crédito destinado para o setor habitacional e imobiliário superou o do setor automotivo pela primeira vez no Brasil. A virada ocorreu em agosto e a diferença tem aumentado, revelam dados do Banco Central (BC).

Em setembro, as operações de crédito para compra de imóveis por pessoas físicas e jurídicas chegaram a R$ 334,6 bilhões, enquanto o setor automotivo ficou com R$ 319 bilhões. "O Brasil vem tirando um atraso no crédito imobiliário. Antigamente era muito difícil conseguir um financiamento", afirmou Luis Eduardo Assis, economista e ex-diretor do Banco Central. "Houve essa mudança por causa da estabilidade da economia brasileira e da possibilidade de retomada do imóvel", disse.

O aumento do crédito imobiliário tem sido impulsionado pela pessoa física. Por esse recorte, o saldo já é maior do que o do setor automotivo desde janeiro. Este ano, até outubro, as operações de crédito imobiliário aumentaram R$ 57,3 bilhões, enquanto as do automotivo cresceram R$ 533 milhões.

O Brasil passa por uma mudança estrutural. O setor imobiliário foi beneficiado pela redução das taxas de juros, crescimento do emprego e aumento da massa de rendimento real dos ocupados, que, em setembro, foi estimada em R$ 42,2 bilhões, segundo o IBGE. É um crescimento de 8,6% em um ano. "Com a taxa de juros para crédito imobiliário em queda e prazos maiores, há maior demanda por crédito imobiliário. O déficit habitacional também influencia nessa melhora", disse Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Menos burocracia

Para o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, o resultado mostra que o financiamento imobiliário está mais fácil. Além disso, ele afirma ainda que a "moradia é uma necessidade que vem antes do carro". "Antigamente, era tudo muito difícil. Os bancos agora estão acreditando no crédito imobiliário, a oferta está grande, as facilidades melhoraram bastante. Antigamente, a aprovação era com seis meses e, agora, com 30 dias", completa, citando ainda a redução de juros como estímulo.

Ressaca

Por outro lado, o setor automotivo sofre uma ressaca da enxurrada de crédito que houve em 2009 e 2010. No auge da crise financeira internacional, o governo reduziu impostos - como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - para ajudar na recuperação da economia. Na toada dessa política, os prazos para financiamento também foram alongados.

Inadimplência

Como reflexo dessas medidas, houve um aumento da inadimplência, o que fez com que as concessões fossem travadas neste ano. Em outubro, segundo dados do Banco Central, a inadimplência no setor foi de 5,9%, abaixo dos 6% no mês de setembro, mas 1,2 ponto porcentual maior que o verificado em outubro do ano passado.

"Alguns bancos ficaram bem expostos nos seus processos de concessão de veículos. É natural que haja essa retração para limpar um pouco essa carteira e diminuir a inadimplência", explica Dorival Dourado, presidente da Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).
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