Anel Viário: nova empresa integrará consórcio responsável por obras

Ingresso de companhia deverá recompor grupo, cuja empresa majoritária entrou em recuperação judicial. Obras retomarão ritmo acelerado em até dez dias, de acordo com a Superintendência de Obras Públicas (SOP)

Escrito por Carolina Mesquita , carolina.mesquita@svm.com.br
Legenda: SOP estima que a obra do Anel Viário deva ser concluída entre agosto e outubro deste ano
Foto: FOTO: HERMANN RABELO

O consórcio responsável pelas obras de requali-ficação da Rodovia Quarto Anel Viário deve ganhar um novo integrante. Uma quarta empresa irá compor o grupo após a Construtora Souza Reis, majoritária no consórcio, pedir recuperação judicial. De acordo com o titular da Superintendência de Obras Públicas (SOP) do Estado, Quintino Vieira, em no máximo dez dias as obras terão o ritmo retomado.

Por ter recursos do Governo Federal, a SOP precisava de autorização da União para legalizar o acréscimo de uma quarta empresa no consórcio, permissão que foi dada na semana passada pelo diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o general Santos Filho.

Atualmente, o processo de inclusão está na Procuradoria Geral do Estado do Ceará (PGE-CE), que deve dar o aval até amanhã (31), conforme prevê Vieira.

"O setor jurídico da SOP já está ciente que tem de dar velocidade a esse processo. Se tudo ocorrer como vem ocorrendo, na próxima semana as obras já retomam com a quarta integrante do consórcio", estima o superintendente.

Ele ainda prevê que a obra deva ser concluída entre agosto e outubro deste ano. "Em termos de logística, o Anel Viário é uma das prioridades do governador Camilo Santana", aponta. Cerca de R$ 47 milhões ainda serão destinados ao projeto até a conclusão.

A liberação de viadutos e alças serão as primeiras etapas a serem entregues, de acordo com Vieira. "Porque vai tirar o volume de fila que ali estava, para que a gente dê melhores condições de circulação", explica.

Um dos pontos mais críticos, as alças do viaduto que dá acesso a CE-065, já estão 60% executadas, segundo Viera. "Quando essas alças forem concluídas, eu tiro o trânsito de tudo que é lado, boto dentro dessas alças e vou trabalhar 100% em cima do viaduto", ressalta.

O presidente da Câmara Setorial de Logística (CSLog), Marcelo Maranhão, lembra que o novo cronograma vai depender da quadra chuvosa.

"Se a gente tiver uma quadra invernosa muito pesada, esse cronograma vai atrasar fatalmente, e independe da vontade de quem for. Mas se for normal ou moderada - que não é o bom pra gente, pois precisamos pensar também na reposição de águas no mananciais - pode ser que se cumpra, mas tudo isso vai depender da intensidade das chuvas".

CE-155

Também prioridade, a CE-155 tem um novo prazo para a conclusão da duplicação: dezembro deste ano. A rodovia atual também receberá a operação Tapa Buraco, a fim de dar condições mínimas de trafegabilidade até o Porto do Pecém. O titular da SOP garantiu que a equipe ficaria de forma exclusiva na rodovia para reparar qualquer buraco que apareça até conclusão das obras.

Apesar das medidas, empresários têm feito críticas ao projeto da duplicação. O presidente da Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp), Ricardo Parente, revela que consultoria contratada pela entidade constatou diversas inconsistências, como o diâmetro de retornos.

"Uma coisa é hoje, outra coisa é o futuro. Hoje, nós temos empresas que têm demandas de melhorias, imagine para o futuro, outras empresas que venham para cá com outras demandas que precisam de um retorno melhor. E aí? Todo ano vamos modificar a estrada? Tem que pensar em um projeto maior", cobra.

O representante de uma fabricante de pás eólicas reforça o posicionamento destacando que, com o projeto atual, os veículos da empresa terão de ir até o Porto para fazer o retorno para escoar as pás que irão para o mercado nacional.

De acordo com Quintino Vieira, modificações profundas no projeto podem atrasar a conclusão da duplicação em até um ano.

Sobre o retorno das pás eólicas, o superintendente revela que um esquema nos moldes do que acontece em rodovias federais será feito para essas situações, com o bloqueio temporário das faixas na contramão.

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