3º trimestre registra maior número de empregos em 4 anos

A quantidade de postos de trabalho criados, no Ceará, em agosto, setembro e outubro deste ano superou a marca de 3 mil. Ao menos dez municípios são responsáveis por 77,09% deles

Escrito por Fernando Maia , fernando.maia@diariodonordeste.com.br

Dez cidades concentram 77,09% da criação de empregos no Estado, conforme levantamento referente ao mês de outubro último divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). De um universo de 3.117 vagas, elas são responsáveis por 2.403 (77,09%). Sobral desponta à frente do ranking, com 462 vagas, dez a mais que Fortaleza. O impulso sobralense deve-se à indústria calçadista. A pesquisa é feita com 64 municípios de todas as regiões do Ceará. Este é o melhor trimestre (agosto, setembro e outubro) dos últimos quatro anos.

Dos dez municípios, seis estão na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), incluindo a Capital: Eusébio, Caucaia Horizonte, Maranguape e Aquiraz. Os demais são, afora Sobral, Juazeiro do Norte, Crato e Aracati. Se levarmos em consideração os números anuais, Fortaleza lidera com 6.711.

Ao todo, foram gerados 23.274 empregos de janeiro a outubro. Os dez municípios que sozinhos foram responsáveis por 18.910, ou seja, 81,84%, são: Fortaleza, Eusébio, Juazeiro do Norte, Sobral, Quixeramobim, Maracanaú, Missão Velha, Granja, Itapipoca e Tauá. Como se vê, os quatro primeiros estão inclusos nas duas relações dos dez primeiros meses do ano e a de outubro. Na outra ponta do levantamento está Paraipaba, que, em outubro, entre empregos gerados e postos perdidos, apresenta um índice negativo de 140. Já Iguatu e Ubajara são os últimos quando se leva em conta os dez primeiros meses, com -172 e -274, respectivamente.

Em relação às atividades que mais geraram empregos em outubro, em números absolutos, serviços, que teve um saldo de 1.477 postos, lidera. A atividade engloba, entre outras, instituições de crédito, seguros e capitalização; comércio e administração de imóveis, valores imobiliários; transportes e comunicações, além de alimentação, reparação e manutenção.

Em segundo lugar, aparece a indústria da transformação, com um saldo de 1.281 novos empregos. Em terceiro e quarto lugares estão, respectivamente, comércio (atacadista e varejista), com 512, e agropecuária, com 497.

PIB

No que diz respeito à supremacia dos municípios que integram a RMF, o analista de Desenvolvimento do Mercado do Sine/IDT Mardônio Costa considera um fenômeno natural, visto que eles são responsáveis por 60%, aproximadamente, do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, o que é acompanhado pelo desempenho em termos de criação de emprego. "No caso particular de Sobral, dos 462 empregos surgidos em outubro, para se ter uma ideia, 405 são da indústria calçadista".

Cidades como Horizonte, Eusébio, Maranguape e Caucaia têm uma forte renda per capita. Já Juazeiro do Norte e Crato, segundo Mardônio Costa, pontificam, entre outros setores, o comércio e a construção civil. Recentemente, o Diário do Nordeste fez matéria mostrando que na terra do padre Cícero acaba de ser construído o maior prédio residencial do Interior do Estado, com 95 metros de altura. Mais de 80% do empreendimento foram comercializados.

Recuperação

Um número alentador, segundo Mardônio, diz respeito à recuperação econômica. Após uma redução de quase 9% em 2015 e 2016, o Ceará teve um saldo de 26.212 empregos de carteira assinada nos dez primeiros meses do ano. É o melhor resultado desde 2014 nos dez primeiros meses. Outubro também seguiu essa tendência. "É bem verdade que é uma recuperação lenta. Mas mostra que a economia está voltando a crescer gradualmente. E essa melhora vem refletindo na recuperação do emprego".

Carteira assinada

Para se ter uma ideia do que representa para a economia o trimestre agosto, setembro e outubro, nos 10 primeiros meses deste ano foram gerados 26.212 empregos com carteira assinada. Nada menos que 56% desse montante, 14,7 mil, surgiram no último trimestre.

A expectativa em relação ao novo governo é boa. Para Mardônio Costa, vai depender muito das reformas.

"Esperamos por uma melhora na oferta do emprego. Mas tem que ficar claro que não é como muita gente imagina e está falando: que de uma hora para outra tudo vai ser 'as mil maravilhas'. A melhora, como disse, deve ser gradual, com a redução do desemprego. Atualmente temos muita gente fora do mercado de trabalho e uma quantidade considerável sendo subutilizada. Somente com o retorno do investimento o crescimento acontecerá. É o giro natural da economia".

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