Suíça gasta o equivalente a R$ 38 mi na proteção de líderes em Davos

Sob risco de atentados e manifestações, Fórum Econômico Mundial começa nesta terça, nos Alpes, com a presença das autoridades mais poderosas do Planeta

Escrito por Redação , mundo@svm.com.br
Legenda: À sombra dos Alpes, o Fórum de Davos começará sua 50ª edição nesta terça-feira, em cantão na Suíça, para discutir os problemas do mundo
Foto: Foto: AFP

O governo da Suíça preparou um forte esquema de segurança para realizar o Fórum Econômico Mundial, em Davos, que começa nesta terça-feira (21) e vai até a próxima sexta-feira. O gasto total com proteção fica em torno de 9 milhões de francos suíços (cerca de R$ 38 milhões).

O custeio é dividido entre a organização do fórum e as autoridades regionais e federais. O evento espera receber cerca de 3.000 participantes, de 90 países diferentes.

Há também um valor extra de 900 mil francos suíços para reforçar ainda mais a segurança, caso ocorra algum imprevisto, como a chegada de autoridades que confirmaram presença na última hora, mudanças na programação ou nevascas e tempestades. O evento conta, ainda, com uma terceira verba pré-aprovada, para garantir resposta rápida em caso de uma emergência, como um ataque terrorista ou tentativa de assassinato.

Como comparação, em 2019, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência do Brasil usou R$ 17,3 milhões para os gastos relacionados à segurança do presidente, do vice-presidente e de outras autoridades. O valor foi quase o dobro do que em 2018 (R$ 9,2 milhões), segundo o Portal da Transparência.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro cancelou sua ida ao fórum deste ano e citou entre os motivos que "o mundo tem os seus problemas, questão de segurança".

Legenda: Forte esquema de segurança do Fórum de Davos terá o desafio de proteger os líderes mundiais de ameaças
Foto: Foto: AFP

Durante o evento, as entradas de Davos, que tem 11 mil habitantes, são monitoradas. Há presença ostensiva de soldados nas ruas, com apoio de atiradores de elite. Diversas áreas da cidade ficam sob bloqueio, com acesso liberado apenas aos participantes, imprensa e moradores.

Espaço aéreo

O espaço aéreo é fechado, inclusive para voos de parapente e de drones, e apenas algumas aeronaves, como helicópteros, têm acesso liberado.

Protestos nas ruas precisam ser autorizados pelo governo e não podem atrapalhar o trânsito. Fora a presença militar, há também um trabalho de inteligência para monitorar possíveis ameaças, incluindo o risco de que cidadãos locais tentem cometer algum ataque solitário, segundo um informe do governo suíço.

Ameaça

As autoridades do país oferecem proteção a chefes de Estado que participam do fórum.

A colaboração entre agentes locais e a equipe de segurança da Presidência da República em eventos externos é comum, segundo Jorge Lordello, especialista em segurança pública e privada.

Antes de cada evento ou viagem presidencial, equipes de inteligência investigam se há alguma ameaça, como algum grupo que pretenda fazer um ataque ou um protesto.

"Uma informação encontrada por estes agentes pode levar a autoridade a desistir de ir a um evento ou mudar seus planos", diz Lordello.

Origem do evento

O nome de Davos, estação de esqui no cantão dos Grisões, na Suíça, virou a forma mais comum de se chamar o World Economic Forum (WEF), evento criado em 1971 pelo economista alemão Klaus Schwab, pensado para facilitar o diálogo entre empresários europeus e americanos.

Público

Desde os anos 1970, começaram a participar também autoridades políticas. Desde então, todo mês de janeiro, Davos reúne a elite mundial, sob o olhar da mídia, ONGs e personalidades - onde se discutem os problemas do mundo.

Capitalismo

O nome Davos virou sinônimo dos excessos do capitalismo denunciados por críticos da globalização e ativistas do meio ambiente.