Países do G7 oferecem ajuda para combater incêndios na Amazônia

Governo Bolsonaro avalia que tentativa do presidente francês, Emmanuel Macron, de "desgastar" a imagem do Brasil frente aos outros países da cúpula não funcionou. Israel e EUA já ofereceram ajuda para conter as queimadas

Escrito por Redação ,
Legenda: Reunião do G7 acontece entre 24 e 26 de agosto em Biarritz, balneário francês
Foto: Foto: AFP

As queimadas na Amazônia e acordos entre Mercosul e União Europeia (UE) dominaram as discussões da cúpula do G7, neste domingo (25), na França. Na ocasião, líderes europeus endossaram as críticas feitas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, à política ambiental de Bolsonaro, mas não concordaram em usar o tratado entre os dois blocos (Mercosul e UE) como instrumento de punição ao Brasil, como proposto por Macron. Para o Palácio do Planalto, a reunião da cúpula trouxe um balanço positivo para o País.

O G7 é um grupo internacional formado pelos sete países mais industrializados do mundo: Alemanha, Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido. Outras nações também participaram do encontro como convidadas. Os países do G7 também concordaram em ajudar os países afetados pelos incêndios que assolam a Amazônia "o mais rápido possível", anunciou o presidente francês e anfitrião, Emmanuel Macron.

"Há uma convergência real para dizer que todos concordamos em ajudar os países afetados por esses incêndios o mais rápido possível", disse. Ontem, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, ofereceu ajuda no combate às queimadas na Amazônia.

Aliados do presidente avaliam como fundamental para o "balanço positivo" o fato de o Brasil ter conseguido apoio público de outros países como Chile e Espanha, convidados a participar do G7. Além disso, celebraram a manifestação pública do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que integra o fórum.

No primeiro dia do G7, Trump disse que ajudará o presidente Jair Bolsonaro no combate aos incêndios na Amazônia. A chanceler alemã, Angela Merkel, também discordou da declaração de Macron de que a situação ambiental brasileira seria impeditivo para continuidade do acordo comercial firmado em junho pelos dois blocos, e disse, em vídeo, que entrará em contato com Bolsonaro.

"Desde o princípio busquei o diálogo junto aos líderes do G7, bem como da Espanha e Chile, que participam como convidados. O Brasil é um país que recupera sua credibilidade e faz comércio com praticamente o mundo todo", escreveu o presidente brasileiro ao replicar o vídeo.

A visão do Palácio do Planalto e de integrantes da diplomacia brasileira é de que o pior da crise já passou e que a enxurrada de críticas internacionais à política ambiental brasileira deve perder força nas próximas semanas.

Destaque nos jornais

Os incêndios na região amazônica tiveram destaque nos principais jornais do mundo entre sexta e sábado (24), quando a cúpula do G7 teve início em Biarritz, balneário francês. O assunto ganhou força depois que Macron usou suas redes sociais, na sexta, para dizer que se tratava de uma "crise internacional" e que o tema seria levado por ele ao encontro do G7. Os incêndios já atingem vegetação de sete estados brasileiros.

Sobre a ameaça do presidente francês a retirada de não levar adiante o acordo comercial entre a UE e o Mercosul, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que a postura do líder da França foi equivocada, por isso não foi apoiada pelos outros chefes de Estado. Macron chegou a chamar Bolsonaro de "mentiroso" e disse que ele não estava cumprindo o compromisso com políticas ambientais ao ver a piora das queimadas na floresta amazônica.

Ainda no domingo, o chefe da Secretaria de Governo do Brasil, ministro Luiz Ramos, informou que a avaliação do Planalto é de que a crise diminuiu e que as ações das Forças Armadas ajudaram a controlar os incêndios e a imagem brasileira no exterior.