Oposição e Maduro prometem manter confrontos na Venezuela

Maduro anuncia ofensiva para desarmar "golpistas"; Juan Guaidó, líder da oposição, fala em "intervenção militar"

Escrito por Redação ,
Legenda: Guaidó, que tenta tirar Maduro do poder, discursa em Caracas
Foto: AFP

O "banho de sangue" alertado pelo ministro da Defesa da Venezuela, o general Vladimir Padrino, no início dos confrontos entre oposição e forças leais ao regime de Nicolás Maduro, na última terça, corre risco de virar realidade. Os dois lados expressaram, nesta quinta-feira, intenções de radicalizar os futuros embates. Juan Guaidó, líder oposicionista, falou, ontem, que não descarta uma intervenção militar no conflito.

"Não excluo a intervenção militar, porque já está muito claro o que é o regime de Maduro. Mas essa seria a última opção. Antes é pressionar como seja possível para uma transição livre". Por sua vez, Maduro também elevou o tom, anunciando uma ofensiva contra os "golpistas".

Maduro e o alto comando militar apareceram diante de cerca de 4.500 soldados em um ato transmitido por rádio e televisão, em que o presidente pediu para que lutassem contra "qualquer golpista".

"Sim, estamos em combate, moral máxima nessa luta para desarmar qualquer traidor, qualquer golpista", disse, repetindo o slogan "sempre leal, traidores nunca". "Ninguém pode ter medo. É hora de defender o direito à paz", acrescentou Maduro, que marchou com a tropa.

Mortes

Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança de Maduro já resultaram em quatro mortes de opositores.

O Governo venezuelano também exigiu, nesta quinta-feira, que os EUA protejam sua embaixada em Caracas. Na próxima semana, os chanceleres do Grupo Internacional de Contatos da Venezuela, formado por 13 países, se reunirão na Costa Rica para tratar da crise.