ONU alerta chanceler venezuelano sobre violência na fronteira

Secretário da ONU pede que se evite violência na chegada de alimentos e comida, prevista para este sábado

Escrito por Redação ,

A crise venezuelana chega neste sábado (23)  a um dia decisivo. Está prevista a chegada de ajuda humanitária enviada pelos EUA. As fronteiras do país, rico em reservas de petróleo, viveram, ontem, momentos de tensão. O regime de Nicolás Maduro quer impedir a entrada de alimentos e remédios e acusa a Casa Branca de ensaiar uma intervenção militar. O Brasil e a Colômbia tiveram suas fronteiras fechadas, na última quinta-feira (21). Ontem, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro fez uma reunião de emergência para tratar do assunto.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu, neste sábado (22), para se "evitar a violência". Ele se reuniu com o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, e com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo. Guterres está "preocupado" com a evolução da situação, disse seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

Guterres criticou também toda "politização" da ajuda humanitária. "A ajuda humanitária deve ser utilizada de maneira imparcial e sem objetivo militar", insistiu Dujarric, lamentando a morte ontem de duas pessoas em confrontos com o exército venezuelano na fronteira com o Brasil.

Em meio à crise da Venezuela, após o fechamento da fronteira com o Brasil, autoridades se reuniram no Palácio do Planalto para discutir os próximos passos. O governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), participou do encontro por videoconferência, além do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, confirmou, nesta sexta, que o Brasil irá iniciar o processo de entrega de alimentos e medicamentos para a Venezuela neste sábado. A operação de ajuda humanitária deverá durar por mais alguns dias, mas ainda não há previsão de término da ação.

Cautela

Uma operação organizada pela oposição a Maduro na Venezuela prevê a entrada de ajuda humanitária para os venezuelanos partindo do Brasil e da Colômbia. O vice-presidente Hamilton Mourão disse que em hipótese alguma o Brasil atravessará a fronteira.

Nesta sexta, soldados venezuelanos abriram fogo contra um grupo de civis que tentava manter aberta uma passagem na região da fronteira entre a Venezuela e o Brasil. Uma mulher e seu marido foram mortos e pelo menos outras 15 pessoas ficaram feridas. O ataque aconteceu na comunidade indígena de Kumarakapai.