Venezuela está "pronta" em caso de ataque militar dos Estados Unidos, diz chanceler

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela diz que país pode receber uma comissão de especialistas da Rússia, país que apoia o presidente Nicolás Maduro

Escrito por Redação ,
Legenda: O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, dá uma entrevista coletiva em Moscou
Foto: Foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

A Venezuela está "pronta" para resistir no caso de um ataque militar dos Estados Unidos, disse, nesta segunda-feira(06), em Moscou o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza.

Estamos preparados para qualquer cenário, o primeiro é o da diplomacia, do diálogo, da paz, nossas mãos estão estendidas para que possamos conversar com todos"

Mas se os Estados Unidos "optarem pela via militar, temos uma Força Armada, um povo, uma milícia nacional, que seria capaz não só de resistir e lutar, mas também de vencer e derrotar qualquer exército, por mais poderoso que seja no mundo", acrescentou o ministro venezuelano. Se essa hipótese ocorrer, "estaremos prontos", insistiu.

Jorge Arreaza disse que o país pode ampliar a presença de especialistas militares russos no país, pois Moscou e Washington acusam um ao outro de interferir na crise do país.

A Rússia apresentou profunda cooperação militar com a Venezuela ao longo dos anos, incluindo o fornecimento de armas e aviões. Enviou consultores militares para a nação latino-americana este ano, com o crescimento das tensões diante das tentativas do líder da oposição, o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, de derrubar o presidente Nicolás Maduro

Pressão

Arreaza disse que na Venezuela há "uma disputa histórica sobre o controle de sua riqueza, o produto das receitas do petróleo, da riqueza mineral e da energia" do país.

"Os Estados Unidos pretendem dominar, ter controle absoluto" das riquezas venezuelanas, afirmou.

Autoridades norte-americanas lançaram uma campanha na semana passada para aumentar a pressão sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que o presidente Donald Trump está disposto, se necessário, a intervir militarmente na Venezuela.

No domingo, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, pediu aos Estados Unidos e a seus aliados que "abandonem seus planos irresponsáveis e atuem exclusivamente no âmbito do direito internacional".

Com informações do Estadão Conteúdo e AFP