Turquia adota represálias contra Síria e pede à Rússia que não manifeste oposição

Nesta segunda-feira, quatro soldados turcos morreram e nove ficaram feridos por disparos de artilharia do regime sírio na região de Idlib, noroeste da Síria, conforme informou o ministério turco da Defesa

Escrito por AFP ,
Legenda: "Não podemos ficar em silêncio enquanto nossos soldados morrem como mártires. Vamos continuar pedindo que prestem contas", disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan
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A Turquia pediu à Rússia que não manifeste oposição a suas ações de represália contra as forças do regime sírio, que mataram quatro soldados turcos nesta segunda-feira (3) no noroeste da Síria.

"Quero me dirigir especialmente às autoridades russas: nossos interlocutores não são vocês, e sim o regime (sírio). Não tentem entrar em nosso caminho", declarou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. "Não podemos ficar em silêncio enquanto nossos soldados morrem como mártires. Vamos continuar pedindo que prestem contas", completou.

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Nesta segunda-feira, quatro soldados turcos morreram e nove ficaram feridos por disparos de artilharia do regime sírio na região de Idlib, noroeste da Síria, conforme informou o ministério turco da Defesa. Pouco depois, como represália, o exército turco executou um ataque contra os soldados do regime sírio.

"As forças turcas dispararam dezenas de foguetes em um ataque de represália, que prosseguiu até a madrugada, contra as forças do regime no sul da cidade de Saraqeb", anunciou a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com a ONG, que tem uma ampla rede de contatos na Síria, seis soldados de Damasco morreram no ataque. Erdogan, porém, afirmou que "entre 30 e 35" militares do regime sírio morreram em Ancara, na resposta turca.

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As forças da Turquia mobilizaram militares em 12 postos de observação na região de Idlib, como parte de um acordo concluído com a Rússia para acabar com a violência neste último reduto dominado por jihadistas e rebeldes na Síria.

No entanto, as forças do regime de Bashar Al Assad, respaldadas por Moscou, intensificaram há várias semanas sua ofensiva nesta província e multiplicaram os bombardeios.

Ancara, que apoia os grupos rebeldes sírios, elevou o tom nos últimos dias e criticou a Rússia, país com o qual colabora de modo estreito na Síria.