Trump lamenta decisão de casal real de abandonar monarquia britânica

Presidente americano comentou caso em entrevista a um canal de TV

Escrito por AFP ,
Legenda: A renúncia do príncipe Harry, neto da rainha Elizabeth II, e da sua esposa Meghan de suas funções reais deixou a realeza britânica desorientada
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Na noite desta sexta-feira, o presidente americano, Donald Trump, considerou "triste" a decisão do casal Harry e Meghan Markle de abandonar suas funções na realeza britânica. Meghan já voltou para o Canadá para ficar com o filho do casal, Archie, de oito meses.

"Simplesmente respeito muito a rainha. Acredito que ela não pensou nisso", disse Trump em entrevista à Fox News.

O casal real passou as festas de fim de ano no Canadá, com seu bebê, em vez de ficar com a família, na casa de campo da rainha, no leste da Inglaterra.

Uma pesquisa publicada nesta sexta-feira pelo jornal National Post revela que 61% dos canadenses gostaria que Harry fosse o próximo governador geral, o representante da Rainha Elizabeth II nesta antiga colônia britânica.

Citando uma fonte do Palácio de Buckingham, a imprensa britânica informou que Elizabeth II pediu a sua equipe, assim como ao príncipe Charles e a seus netos Harry e William, que trabalhem "a um ritmo constante" para encontrar "soluções viáveis" ao caso.

Em uma decisão que causou polêmica no país, os duques também decidiram pôr fim à sua relação oficial com a imprensa e assumir sua "independência financeira", após meses manifestando seu mal-estar com a pressão midiática e com as limitações impostas como membro da família real.

Segundo o jornal sensacionalista britânico The Daily Mail, Harry deve se reunir com Meghan e o filho muito em breve.

Segundo o jornal Telegraph, fontes da casa real manifestaram suas dúvidas sobre a viabilidade do casal abandonar suas obrigações reais conservando os títulos de nobreza, a subvenção financeira e a recentemente reformada residência do casal na área do castelo de Windsor.

O que Harry e Meghan sugerem "é uma situação sem precedentes em relação aos membros da família real, com a manutenção de alguns deveres oficiais mas também operando de forma privada. De fato não há um precedente para isto", disse Victoria Murphy, especialista em monarquia britânica.

Harry e Meghan registraram a marca "Sussex Royal", segundo um anúncio publicado em dezembro pelo órgão britânico encarregado.

A marca envolveria uma ampla gama de produtos, de calendários e postais até roupas, passando por serviços de assessoria e campanhas beneficentes.

"Todo o projeto de Harry e Meghan é muito problemático", uma mistura de público com privado, declarou o comentarista real Peter Hunt. "Seu desejo de ganhar dinheiro pode prejudicar o nome Windsor".

Ex-atriz e afrodescendente, Meghan foi à princípio considerada como alguém que traria um sopro de ar fresco à realeza, uma instituição querida pelos britânicos, ainda que arcaica diante do Reino Unido multicultural do século XXI. 

Diferentemente da princesa Diana, que tinha apenas 19 anos ao se casar com Charles, Meghan parecia suficientemente madura para saber o que lhe aguardava ao entrar para a família real em 2018. 

No entanto, a duquesa de Sussex não se adaptou à jaula de ouro da realeza, que tem séculos de tradição.