Suprema Corte dos EUA bloqueia ordem de Trump que dificultava asilo para imigrantes

A votação foi apertada, cinco votos contra quatro

Escrito por FolhaPress ,

A Suprema Corte dos Estados Unidos bloqueou nesta sexta-feira (21) uma ordem do governo de Donald Trump que proibia que imigrantes que entrassem ilegalmente no país pela fronteira com o México requisitassem asilo.

A votação foi apertada, cinco votos contra quatro para manter a decisão do juiz federal americano Jon Tigar, de San Francisco, que já havia bloqueado a medida temporariamente, até esta quarta-feira (19).

O presidente da Suprema Corte, John Roberts, e os quatro juízes mais liberais da entidade rejeitaram ainda pedido da administração Trump para diminuir o espectro nacional do veto.

A medida implementada pela Casa Branca em 9 de novembro tinha como alvo a caravana de milhares de imigrantes da América Central que se encontra atualmente em Tijuana, na fronteira entre os dois países. 

Segundo o governo Trump, a imigração em massa pela fronteira mexicana causou uma crise no país e o veto ao asilo é uma medida de interesse nacional. Os integrantes do grupo planejavam entrar nos Estados Unidos para pedir asilo, mas a ordem executiva assinada por Trump os obrigava a fazer o pedido nos postos oficiais na fronteira e a aguardar uma resposta antes de entrar no país, o que costuma levar meses.

Tradicionalmente, muitos imigrantes entram ilegalmente nos EUA e quando já estão no país pedem o asilo, assim podem continuar livres enquanto aguardam uma decisão. 
Imediatamente após o governo Trump anunciar a medida, porém, organizações de direitos humanos e de defesa dos imigrantes entraram na Justiça pedindo que ela fosse bloqueada. 

Esta não é a primeira vez que decisões de Trump sobre as regras de imigração acabam sendo bloqueadas pelos tribunais. Outras medidas, como a tentativa de restringir a atuação das "cidades santuários" (que se recusam a deportar imigrantes ilegais) e a proibição de entrada nos EUA para pessoas de uma série de países de maioria muçulmana também enfrentaram percalços na Justiça, embora a última no fim tenha sido autorizada pela Suprema Corte.