Sete países da UE pedem conclusão de acordo com o Mercosul

Os governantes defendem que "o comércio é chave para o crescimento econômico e a criação de empregos na UE" e os benefícios para a "indústria manufatureira, incluindo, entre outros, automóveis e peças".

Escrito por AFP ,
Legenda: O texto foi divulgado poucos dias depois de outra carta, na qual os governos da França, Irlanda, Bélgica e Polônia expressaram a Juncker seus temores sobre o impacto na agricultura deste acordo
Foto: FOTO: Dominic Lipinski/Getty Images

Os governantes da Alemanha, Espanha, Portugal e outros quatro países fizeram um apelo à Comissão Europeia pela conclusão de um "histórico" acordo comercial com o Mercosul, que enfrenta críticas em outros países do bloco.

"Temos uma oportunidade histórica, estratégica, para concluir um dos acordos mais importantes da Política Comercial Comum Europeia", destacam em uma carta enviada ao presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker.

A carta foi assinada por sete primeiros-ministros: a alemã Angela Merkel, o espanhol Pedro Sánchez, o português António Costa, o holandês Mark Rutte, o sueco Stefan Löfven, o tcheco Andrej Babis e o letão Krisjanis Karins.

Os governantes defendem que "o comércio é chave para o crescimento econômico e a criação de empregos na UE" e os benefícios para a "indústria manufatureira, incluindo, entre outros, automóveis e peças".

E, por este motivo, pedem a "ambas partes disposição para fazer algumas concessões finais para alcançar este acordo histórico", que a UE e os países do Mercosul começaram a negociar há 20 anos.

"Estamos em uma encruzilhada. A UE não pode ceder a argumentos populistas e protecionistas sobre a política comercial", afirma a carta, que "urge aproveitar o atual impulso político dos países do Mercosul".

O texto foi divulgado poucos dias depois de outra carta, na qual os governos da França, Irlanda, Bélgica e Polônia expressaram a Juncker seus temores sobre o impacto na agricultura deste acordo, que parece estar na reta final.

Após vários meses de discrição pelo avanço lento nas negociações, os alertas foram ligados novamente entre os agricultores e as ONGs após as declarações dos dois lados do Atlântico sobre a proximidade de um acordo.

Os agricultores criticam que a produção na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai não respeita os parâmetros europeus, enquanto as ONGs apontam a situação dos direitos humanos e do meio ambiente no Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro.

Para os sete governantes, "os acordos comerciais representam a melhor maneira de transmitir e difundir os valores da UE" e garantem que os cidadãos europeus "estejam protegidos de acordo com as normas trabalhistas, sanitárias e ambientais mais estritas".