Relatório estima mais de 2.000 mortos em obras de reconstrução no Afeganistão

John Sopko, inspetor geral especial para a reconstrução do Afeganistão (SIGAR), disse que durante anos o custo financeiro da reconstrução e estabilização do Afeganistão foi calculado, mas até agora não havia uma ideia clara do "custo humano"

Escrito por AFP ,

Mais de 2.200 pessoas morreram e cerca de 3.000 ficaram feridas em obras de reconstrução no Afeganistão desde 2002, segundo um relatório oficial dos Estados Unidos divulgado nesta terça-feira (11).

Nesse país asiático, onde, nesta terça, um atentado suicida em Cabul deixou pelo menos cinco mortos, 2.214 pessoas perderam a vida durante missões de reconstrução entre abril de 2002 e dezembro de 2018. 

John Sopko, inspetor geral especial para a reconstrução do Afeganistão (SIGAR), disse que durante anos o custo financeiro da reconstrução e estabilização do Afeganistão foi calculado, mas até agora não havia uma ideia clara do "custo humano".

"Isso deixou os formuladores de políticas com uma imagem incompleta do verdadeiro custo de nossos esforços no Afeganistão", declarou.

Em sua maioria, as mortes correspondem a afegãos que trabalhavam na reconstrução de seu país: 131 soldados e 1.447 civis. As vítimas mortais incluem pelo menos 284 americanos, entre eles 68 civis.

Este relatório é o primeiro que se concentra exclusivamente nas operações de reconstrução e não leva em conta missões contra o Talibã ou outros grupos jihadistas, nem ataques contra bases americanas ou alvos civis, segundo Sopko. Tampouco são computadas mortes por acidentes ou causas naturais.