Próxima temporada de furacões aponta influência do El Niño no segundo semestre
São esperadas 15 tempestades, com até 4 com chance de virar furacão; confira os nomes que vão batizá-las
A temporada de furacões no Atlântico e no Caribe começa no próximo dia 1º de junho e vai até o dia 30 de novembro. Apesar de ter seu extenso litoral (quase 7.500 km, o 16º mais longo do mundo) banhado por esse oceano, o Brasil não é diretamente afetado por tempestades tão severas, que ganham força no mar e chegam a apresentar ventos superiores a 200 km/h, um potencial destrutivo principalmente para comunidades com infraestrutura precária, vulneráveis a apagões de energia elétrica, desabamentos de moradias e inundações que isolam cidades inteiras.
Nesta semana, foram divulgadas previsões realizadas pelos cientistas especializados no tempo e no clima. Para quem vive no Nordeste, há um detalhe nesses estudos recém-elaborados que chama atenção: o fenômeno El Niño, como é chamado o aquecimento das águas das águas do oceano Pacífico e amedronta os sertanejos por prenunciar períodos de escassez de chuvas, é citado como um fator ainda atuante no segundo semestre deste ano, às vésperas do início da pré-estação de chuvas em Estados como o Ceará.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (Noaa) prevê uma temporada de furacões "próxima do normal" neste ano, após um destrutivo 2018. Os furacões Florence e Michael, em setembro e outubro de 2018, mataram dezenas de pessoas e prevoocando prejuízos de dezenas de bilhões de dólares na Carolina do Norte, Carolina do Sul e Flórida. Neste período do ano passado, a Noaa previu uma probabilidade de 75% de uma temporada de furacões próxima ou acima do normal.
Para explicar essa expectativa de uma temporada de furacões próxima ao normal, a Organização Mundial de Meteorologia (WMO) aponta dois fatores: a continuidade do El Niño no Pacífico, que limita a intensidade das tempestades, e a atividade mais intensa das moções na costa ocidental da África.
Nesta sexta-feira, a WMO divulgou os nomes que vão batizar as tempestades e furacões previstas para os últimos seis meses de 2019: Andrea, Barry, Chantal, Dorian, Erin, Fernand, Gabrielle, Humberto, Imelda, Jerry, Karen, Lorenzo, Melissa, Nestor, Olga, Pablo, Rebekah, Sebastien, Tanya, Van e Wendy. A WMO escolhe esses nomes de pessoas para facilitar a divulgação das notícias sobre a aproximação e consequências dessas tempestades.
Segundo a WMO, entre 9 e 15 tempestades (com ventos de 119 km/h ou mais) devem atingir o Atlântico neste ano, sendo que dois a quatro devem ganhar força e ser elevadas à categoria de furacão (ventos acima de 178 km/h).