Presidente da França: "estou triste por ver esta parte de nós queimar"

Emmanuel Macron se manifesta sobre o incêndio que atingiu a Catedral de Notre-Dame

Escrito por Redação ,
Legenda: Emmanuel Macron, presidente da França, se declarou triste pela destruição parcial da Catedral de Notre-Dame
Foto: AFP

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta segunda-feira (15) que o incêndio na Catedral de Notre-Dame atinge toda a população francesa e os católicos. “Como todos os nossos compatriotas, estou triste esta noite por ver esta parte de nós se queimar”, afirmou o presidente.

Em sua conta no Twitter, Macron lembrou que o templo é um símbolo da nação e do mundo católico. “Notre-Dame de Paris em chamas. Emoção de uma nação inteira. Pensado para todos os católicos e para todos os franceses”, escreveu Macron.

Em seus mais de 850 anos de existência, a Catedral de Notre-Dame em Paris testemunhou e participou dos principais acontecimentos da história da frança. Desde que foi construída na idade média a catedral já foi invadida, saqueada, abandonada durante anos e foi reformada várias vezes  

Cearense

O cearense Jailson Feitosa, historiador da arte, formado pela Sorbonne conta que a construção da catedral inicia-se em 1163, no auge da idade média. A grande igreja gótica marcava uma revolução na arquitetura religiosa. 

Imponente símbolo do poder eclesiástico sobre a monarquia francesa, a catedral se tornou a casa daquela que se acredita ser uma das mais importantes relíquias da cristandade: a coroa de espinhos com a qual Cristo foi coroado pelos soldados romanos que havia sido comprada pelo rei da França e trazida de Jerusalém. A coroa estava preservada na igreja até hoje e ainda não se sabe seu estado após o incêndio.

Jailson conta que após a revolução francesa a igreja foi invadida, atacada e saqueada pela população revoltada com clero. As suas estátuas tiveram as cabeças arrancadas e seus sinos de cobre foram derretidos para fazer balas de canhão que seriam usadas em guerras. Com o fim da monarquia o catolicismo foi proibido na França e a igreja passou um longo período abandonada.

No século XVII a igreja passou por uma reforma e aos poucos foi recuperando seu status e importância, chegando a ser, em 1804, palco da coroação de Napoleão Bonaparte.

Em 1831 Victor Hugo lançou o romance "Notre-Dame de Paris", publicado no Brasil como "O Corcunda de Notre Dame", descrevia a precária condição do prédio à época e que ajudou a impulsionar reformas significativas realizadas entre 1844 a 1864 lideradas pelo arquiteto Viollet-le-Duc.

A reforma feita por Le-Duc pretendia trazer a igreja de volta a sua glória da idade média. Para isso foram feitas escavações para recuperar os escombros das estátuas originais (destruídas na revolução francesa) que foram levadas para o Museu Da Idade Média,que fica próximo a catedral, e foram construídas réplicas para serem instaladas na igreja.