Para conter vírus, China proíbe temporariamente comércio de animais selvagens

De acordo com informações do Ministério da Saúde da China, até o momento 56 pessoas morreram e há 1.975 casos de pessoas infectadas

Escrito por Redação ,
Legenda: O governo chinês vem tomando uma série de medidas para tentar conter a propagação do vírus
Foto: Foto: Dale de La Rey / AFP

As autoridades da China anunciaram neste domingo (26) uma proibição temporária ao comércio de animais selvagens, após o surto de coronavírus em Wuhan. Segundo as autoridades, quem desrespeitar a proibição, será punido "severamente".

As autoridades locais disseram que "fortalecerão as inspeções e as investigações e punirão àqueles que violarem as disposições", segundo comunicado emitido por três agências governamentais, entre elas, o Ministério da Agricultura. De acordo com o texto anunciado na mídia estatal, nenhum animal selvagem pode ser transportado ou vendido em mercado físico ou online.

Os infratores suspeitos serão enviados para serviços de segurança e suas propriedades serão fechadas e seladas. Centros de reprodução serão colocados em quarentena.

A proibição continuará até que "a situação da epidemia seja sanada em todo o país" para impedir a propagação do novo coronavírus e bloquear possíveis fontes de infecção e transmissão. As três agências também abriram uma linha direta onde as pessoas podem denunciar as violações e pediu ao público que se abstenha de comer carne de animais selvagens.

Até o momento, de acordo com informações do Ministério da Saúde da China, o número de pessoas mortas subiu para 56 e já são 1.975 casos de pessoas infectadas.

 

Restrições

Além da proibição tempóraria, o governo chinês está tomando outras medidas para tentar conter a propagação do vírus. Quatro cidades - incluindo Pequim e Xangai - anunciaram a suspensão da circulação de ônibus de longa distância, uma medida que afetará milhões de pessoas que viajam por ocasião do feriado do Ano Novo Chinês.

Além disso, a província de Guangdong, a mais populosa da China, impôs neste domingo a seus 110 milhões de habitantes a obrigação de usar máscara respiratória.

Essa imposição - também aplicada na província de Jiangxi e em outras grandes cidades - já está em vigor em Wuhan, epicentro da doença.

Quase todas as mortes foram registradas em Wuhan ou na província de Hubei, mas neste domingo o vírus fez sua primeira vítima fatal em Xangai, grande metrópole financeira do leste do país.

 

Saída

O patógeno se espalhou pela China e por vários outros países do planeta, tão distantes quanto a França, os Estados Unidos ou a Austrália. 

O Departamento de Estado americano anunciou hoje que vai fretar voos de Wuhan para São Francisco para sua equipe consular e outros cidadãos americanos da cidade. O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, também anunciou que seu país fretará um voo para trazer cidadãos japoneses que querem deixar a cidade chinesa de Wuhan

Autoridades de saúde do Japão disseram que um quarto caso com o coronavírus foi detectado no Japão, um homem de 40 anos que chegou ao país no dia 22 de janeiro. Sua condição é estável.

Por sua vez, o grupo automobilístico francês PSA anunciou que repatriará seus trabalhadores residentes na região de Wuhan e suas famílias.
 

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