Ofensiva turca deixa sete civis mortos no norte da Síria

Já de acordo com a Anadolu, agência estatal turca de notícias, 342 militantes curdos foram mortos durante a ação

Escrito por Folhapress ,
Legenda: Pessoas em volta de carro recém-detonado na Síria
Foto: AFP

Ao menos sete civis morreram nesta sexta-feira (11) na ofensiva da Turquia contra a minoria curda no norte da Síria, enquanto confrontos se alastram pela fronteira entre os dois países, em uma faixa que vai de Ain-Diwar, perto do Iraque, até Kobani, a mais de 400 km a oeste. 

Ainda segundo números do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), também foram mortos 32 membros das Forças Democráticas Sírias (SDF, coalizão liderada pelos curdos), 34 rebeldes sírios apoiados pela Turquia e um membro das forças militares turcas. Já de acordo com a Anadolu, agência estatal turca de notícias, 342 militantes curdos foram mortos durante a ação. 

Houve enfrentamento entre forças turcas e do SDF em Qamishli, e nove vilarejos foram cercados nos arredores de Ras al Ain e Tel Abyad. Cerca de 70 mil pessoas deixaram suas casas com medo de violência e de uma crise humanitária. 

A ofensiva turca começou na quarta-feira (9), depois de o presidente americano, Donald Trump, retirar soldados da região. Trump vem fazendo sugestões de que pode mediar o conflito, depois de ser acusado de abandonar os curdos, o que levou o próprio Partido Republicano a questioná-lo. Uma dos temores causados pela ação turca é que integrantes do Estado Islâmico (EI), que ainda atua na região, fujam e se reorganizem.

O comando dos curdos no norte da Síria acusou a Turquia de atacar uma prisão onde estavam detidos ex-combatentes do Estado Islâmico, em Chirkin. Nessa cadeia, havia presos de mais de 60 nacionalidades diferentes. 

Por outro lado, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou liberar que mais de 3 milhões de refugiados entrem na Europa caso sua operação militar seja questionada.

A Turquia é o país com mais refugiados no planeta segundo a Acnur (a agência da ONU destinada ao assunto). O país fez um acordo com a União Europeia para manter milhões de sírios que fugiam da guerra civil, diminuindo assim o fluxo deles para os países do bloco.