OEA pede à Venezuela que permita ingresso de ajuda humanitária

A resolução foi apresentada pela Colômbia e apoiada por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Estados Unidos, Guatemala, Panamá, Paraguai e Peru. Terminou aprovada com 19 votos a favor, cinco contra, oito abstenções e duas ausências.

Escrito por Redação ,
Legenda: Além do apagão, população da Venezuela sobre com desabastecimento de alimentos, água e medicamentos.
Foto: Agência Brasil

O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) votou uma resolução para "pedir as instituições públicas da Venezuela, em especial as forças militares e de polícia, que se abstenham de bloquear o ingresso de ajuda humanitária à Venezuela".

A resolução foi apresentada pela Colômbia e apoiada por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Estados Unidos, Guatemala, Panamá, Paraguai e Peru. Terminou aprovada com 19 votos a favor, cinco contra, oito abstenções e duas ausências.

Nesta quarta-feira (27) a secretaria-geral da OEA manifestou sua rejeição aos "desinformados comentários" feitos na véspera por porta-vozes do Ministério russo das Relações Exteriores sobre o papel do organismo na crise venezuelana.

A OEA "expressa sua rejeição diante dos desinformados comentários de porta-vozes do governo da Federação Russa, que desclassificam esta Organização de forma mal-intencionada com o intuito de justificar a recente e ilegal incursão militar russa neste território venezuelano".

No Twitter, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse que reitera sua "rejeição à presença de efetivos militares e transporte militar russo em território de #Venezuela".

A porta-voz da Chancelaria russa, Maria Zakharova, já tinha comentado que os Estados Unidos havia decidido mais uma vez "pôr as coisas em ordem" na América Latina, começando pela Venezuela.

"Nós lamentamos que os líderes da OEA estejam ajudando - de uma forma distorcida - a que Washington consolide seus modos colonialistas, como se não se desse conta de que, depois, qualquer outro país pode cair sob as pressões dos Estados Unidos", declarou Zakharova.

A porta-voz disse não estar surpreendida por um comunicado da secretária-geral da OEA, no qual acusou a Rússia de uma "invasão armada a território venezuelano", um texto que a funcionária classificou como "comprometido politicamente", negando as acusações como "infundadas".

No último sábado (23), dois aviões da Rússia aterrissaram no aeroporto internacional de Maiquetía, que serve a Caracas, transportando pessoal militar e equipamentos.

Terça-feira (26), o líder opositor venezuelano Juan Guaidó denunciou a chegada de militares russos como uma "ingerência à soberania nacional".

Nesta quarta, o presidente americano, Donald Trump, recebeu na Casa Branca a mulher de Guaidó, Fabiana Rosales. Durante a reunião, Trump disse que "a Rússia tem que sair" da Venezuela.

Segundo a funcionária russa, seu país está convencido "de que não cabe a um corpo técnico dizer a um Estado independente a quem e como desenvolver a cooperação, ou avaliar o estado do governo venezuelano que tem poder real (diferentemente do autoproclamado 'presidente interino' Juan Guaidó)".