Maduro culpa 'cultura' pré-Chávez por aumento da violência

Escrito por Redação ,

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, culpou neste domingo (26) "a cultura que nos foi imposta" antes da "revolução" chavista pelos altos índices de criminalidade no país.

Chávez governou o país durante 14 anos, entre 1999 e 2013. A declaração foi dada em Caracas, durante a "Jornada Pela Paz e Pela Vida", convocada pelo presidente para recolher sugestões para um "Plano Nacional de Pacificação", que será lançado pelo governo no próximo dia 9 de fevereiro.

O encontro, cuja maior concentração aconteceu no entorno da avenida Bolívar, na capital, contou com atividades esportivas e culturais. Lançada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), a jornada aconteceu num momento em que o governo se vê, também, no centro de uma crise econômica.

Por mais que as histórias de violência não sejam raras no cotidiano dos venezuelanos, nas rede sociais e nos meios de comunicação, o episódio do duplo assassinato colocou o país em clima de comoção. A filha de Monica Spear, de cinco anos, foi ferida no episódio.

Depois do episódio, o próprio governador Henrique Capriles, líder da oposição, usou o Twitter para convocar Maduro em nome de "uma política integral de segurança".

"Descansem em paz"

No entanto, o oposicionista Henry Ramos Allup, secretário-geral da Ação Democrática, declarou ao "Diário de Caracas" que a marcha pela paz deveria se chamar "Descansem em Paz" em função da escalada das cifras de homicídios.

"Este não é um governo de esquerda", disse Allup, qualificando o governo de Nicolás Maduro de "ineficiente, destrutor, corrupto e mentiroso". Antecessor de Maduro, o ex-presidente Hugo Chávez morreu em março de 2013. E foi só então que o discurso oficial passou a admitir que a violência era, sim, um problema premente que aflige de forma epidêmica a Venezuela.

Os números variam, mas estatísticas acreditadas pelo governo Maduro estimam em 11 mil as mortes em decorrência da violência na Venezuela em 2013. Já as organizações humanitárias calculam que as vítimas, no ano passado, podem ter chegado a 25 mil.