Justiça da Indonésia ignora último recurso do brasileiro Rodrigo Gularte

O último recurso consistia em pedir à Corte Administrativa de Jacarta que reveja decisão do presidente Joko Widodo de negar clemência ao brasileiro

Escrito por Folhapress ,

A Justiça da Indonésia ignorou recurso protocolado nesta terça-feira (28) pela defesa do brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42. Era a última tentativa de evitar a execução, que deve ocorrer nas próximas duas horas.

Gularte foi condenado à morte por tráfico de drogas em 2005, depois de ter sido preso no ano anterior com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe.

Brasileiro Rodrigo Gularte é executado na Indonésia

O último recurso consistia em pedir à Corte Administrativa de Jacarta que reveja decisão do presidente Joko Widodo de negar clemência ao brasileiro. Foi com recurso similar que, na semana passada, a defesa do francês Serge Atlaoui conseguiu adiar a sua execução.

Segundo Ricky Gunawan, advogado de Gularte, a Justiça não respondeu ao pedido. Outra solicitação da defesa era que a prima do brasileiro, Angelita Muxfeldt, 49, ficasse responsável por ele. Mas a Justiça marcou uma audiência do caso para 6 de maio, depois, portanto, da execução.

Gunawan criticou o governo indonésio por permitir a execução de prisioneiros sem que o processo judicial tenha se esgotado totalmente. A Indonésia tem defendido a pena de morte como meio de dissuadir traficantes -e diz que todos os processos seguiram o devido processo legal.

O brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte pediu à família para ser enterrado no Brasil. O pedido foi feito nesta segunda (27) à prima, Angelita Muxfeldt, e fez a família mudar os planos. Até esta segunda, a ideia era cremá-lo na Indonésia e levar as cinzas para Curitiba (PR), onde o brasileiro nasceu. Dada a burocracia, o envio do corpo pode levar algumas semanas.

Nesta terça, Angelita viu o primo pela última vez, assim como os familiares dos outros oito condenados à morte, na prisão de Besi, dentro do complexo de prisões de Nusakambangan, em Cilacap (a 400 km da capital Jacarta).

Jamais houve execução de tantos prisioneiros ao mesmo tempo no país -em janeiro, foram cinco, entre eles o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira. Por isso, o governo indonésio teve que encontrar uma área na ilha na qual fosse possível alinhar os dez prisioneiros a uma distância razoável e manter dez pelotões de fuzilamento, com 12 homens cada, diante de cada um dos condenados.