Joe Biden vence primária democrata da Carolina do Sul

Ex-vice de Obama consegue sua primeira vitória na quarta votação das primárias do Partido Democrata

Escrito por Redação ,
Legenda: O ex-braço direito de Barack Obama, Joe Biden, de 77 anos, consegue sua primeira vitória na corrida do Partido Democrata para indicar o candidato anti-Trump
Foto: Foto: AFP

O pré-candidato democrata à Casa Branca Joe Biden, que foi vice-presidente de Barack Obama, obteve uma vitória decisiva nas primárias na Carolina do Sul e espera deter o avanço de Bernie Sanders antes da Superterça, informou a agência de notícias Associated Press (AP), na noite deste sábado.

As perspectivas sobre quem será o adversário do presidente republicano, Donald Trump, nas eleições de novembro ficarão muito mais claras após 3 de março, quando há primárias em 14 estados e se escolhe quase 30% dos delegados necessários para garantir a indicação na convenção de julho. A eleição será no dia 3 de novembro.

Biden liderou na Carolina do Sul, o primeiro estado na disputa com um importante eleitorado negro, chave para qualquer vitória democrata.

"Me sinto muito bem. Trabalhei muito para conquistar estes votos", declarou o ex-vice-presidente de Barack Obama à CNN sobre a Carolina do Sul.

"Foi a plataforma de lançamento para Barack e acredito que será para mim".

Biden, um moderado de 77 anos, conseguiu bons resultados após ficar na quarta posição em Iowa, na quinta em New Hampshire e em segundo no Estado de Nevada.

Caso Sanders não obtenha o apoio da maioria absoluta dos delegados para sua indicação (1.991), cerca de 700 "superdelegados", legisladores e figuras notáveis do partido serão convocados para decidir o indicado.

Análise

"Obama é extremamente popular dentro do Partido Democrata e particularmente entre os afroamericanos, comunidade eleitoralmente determinante em muitos estados", incluindo a Carolina do Sul, avalia Kyle Kondik, analista do Centro de Política da Universidade de Virgínia. 

Ninguém está usando sua relação com o primeiro presidente negro do país de maneira mais árdua do que Biden.

Segundo o The New York Times, os dois conversaram na última terça-feira véspera da primária de sábado na Carolina do Sul, momento importante para Biden.

Sanders, entretanto, lidera as preferências dos democratas e os moderados do partido estão preocupados com as chances limitadas deste senador de 78 anos contra Donald Trump.

No entanto, as primárias da "Superterça" da próxima semana podem deixar Sanders com uma vantagem praticamente insuperável em relação a seus rivais. 

"Se existe uma maneira de parar, ou pelo menos atrasar, Sanders, é o ex-presidente Barack Obama e à ex-primeira-dama Michelle Obama se alinharem com um candidato alternativo ao senador de Vermont", opinou o comentarista da CNN Chris Cilizza nesta semana.

"Não só isso, mas os Obama se pronunciarem logo, antes da Superterça, pedindo a todos os demais candidatos para deixarem a disputa o quanto antes". 

Em novembro, a imprensa americana levantou a possibilidade de Obama fazer uma declaração pública caso Sanders se distanciar muito dos demais candidatos, na tentativa de impedir que ele seja o nomeado.

Se Obama se manifestasse, sua opinião ressoaria, mas poucos acreditam que ele fará isso. 

"O presidente Obama tem vários amigos nesta disputa, incluindo, é claro, seu querido vice-presidente", disse a porta-voz Katie Hill nesta semana em comunicado. 

"Ele disse que não tem planos de apoiar alguém nas eleições primárias porque acredita que, para que os democratas tenham sucesso neste outono, os eleitores devem escolher seu candidato". 

Em 2016, Obama apoiou Hillary Clinton, sua ex-secretária de Estado, apenas quando ficou claro que ela venceria Sanders na indicação. 

O ex-presidente, no entanto, opinou sobre eleições em outros países, apoiando formalmente Emmanuel Macron na França e Justin Trudeau no Canadá.