Intensa busca por avião militar chileno que desapareceu quando seguia para Antártica

A Marinha do Brasil enviou o navio polar Almirante Maximiano para ajudar nas buscas

Escrito por AFP ,
Legenda: Navio polar Almirante Maximiano da Marinha brasileira ajuda nas buscas
Foto: Agência Brasil

Aviões e barcos de resgate de vários países procuravam nesta terça-feira uma aeronave da Força Aérea do Chile (FACH) que desapareceu na segunda-feira com 38 pessoas a bordo quando seguia para a Antártica. A Marinha do Brasil enviou o navio polar Almirante Maximiano para ajudar nas buscas ao avião da Força Aérea do Chile que estava a caminho da Antártica e desapareceu na tarde de ontem (9). A embarcação, que se encontra em missão oficial na região, deve chegar no início da manhã desta quarta-feira (11) ao possível local da queda da aeronave.

O avião militar C-130, com 38 pessoas a bordo, decolou de Punta Arenas, Sul do país, para uma base na Antártica, e o contato via rádio foi interrompido no deslocamento. A Marinha chilena iniciou uma operação de busca e resgate, tendo despachado aviões e navios para a região.

Ajuda

O presidente Jair Bolsonaro entrou em contato com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, e colocou à disposição do governo chileno aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para a ajudar na operação. De acordo com o Ministério da Defesa, as aeronaves colocadas à disposição são o SC-105 e P3, dotadas de sensores infravermelhos e equipadas com recursos de varredura eletrônica, dentre outras tecnologias.

No momento, o governo chileno avalia a necessidade de emprego das aeronaves.

“Sabemos das dificuldades, aquela região, quando acontece um acidente, em poucos minutos, quem cai dentro da água não sobrevive. Torcendo para que isso não tenha acontecido. Isso choca a todos nós, esses 38, a maioria militares, que desapareceram indo para a Antártica”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada nesta manhã.

Avião desaparecido

O avião Hércules C-130 decolou às 16H55 de segunda-feira da base Chabunco da FACH em Punta Arenas (3016 km ao sul de Santiago, no extremo austral do Chile), rumo à base Eduardo Frei na Antártica e perdeu comunicação por rádio às 18H13.

O avião foi declarado "danificado" após sete horas do incidente, informou a FACH, que indicou que o C-130 tinha combustível para permanecer no ar até 0H40 de terça-feira.

"Uma amerissagem é possível", afirmou Eduardo Mosqueira, comandante da IV Brigada Aérea em Punta Arenas.

No boletim divulgado nesta terça-feira, a FACH informa que os "trabalhos de busca foram intensificados", com a ajuda de 13 aviões, incluindo duas aeronaves C-130 da Força Aérea do Uruguai e da Argentina, dois navios mercantes e dois da Marinha do Chile.

A bordo do C-130 Hércules viajavam 38 pessoas - 17 tripulantes da aeronave e 21 passageiros -, incluindo 15 oficiais da FACH, três do Exército, dois funcionários da empresa privada de construção Inproser e um funcionário da Universidade de Magallanes.

As pessoas viajavam para cumprir tarefas de apoio logístico na base Eduardo Frei, a maior do Chile na Antártica: a revisão do oleoduto flutuante de abastecimento de combustível da base e o tratamento anticorrosivo das instalações.

Parentes das pessoas a bordo seguiram para a base área Los Cerrillos, na região metropolitana de Santiago, aguardar notícias da busca.

A aeronave perdeu comunicação quando sobrevoava o mar de mar de Drake, uma passagem marítima entre o continente americano e a Antártica, considerado pelos marinheiros como a mais tempestuosa do planeta.

"As condições meteorológicas para voar eram boas, por isto o voo foi planejado", disse Francisco Torres, diretor de operações da FACH. 

A FACH declarou "estado de alerta pela perda de comunicação" e ativou uma operação de resgate com aeronaves e navios da Marinha para "resgatar possíveis sobreviventes".

O avião tem sistema ELT que indica sua posição por satélite, mas durante a madrugada o dispositivo não permitiu localizar a aeronave.

O presidente Sebastián Piñera se declarou "consternado" com o acidente e cancelou a viagem a Buenos Aires nesta terça-feira para assistir à posse do presidente argentino Alberto Fernández. Ele pretende monitorar a operação de busca, que é coordenada pelo ministros da Defesa, Alberto Espina. 

"Acabo de falar com o presidente eleito da Argentina Alberto Fernández para informar que não poderei comparecer à mudança de comando hoje. Confirmou que em breve fará uma visita oficial ao Chile", escreveu no Twitter.