Helicóptero que levava Evo Morales tem falha mecânica na decolagem; não há feridos

Presidente viajaria de Colquíri a Oruro e saiu ileso, de acordo com as primeiras informações. País vive tensão por causa da polêmica reeleição de Morales

Escrito por AFP ,
Legenda: Imagem publicada em rede social mostra o helicóptero de Evo Morales após falha mecânica nesta segunda-feira
Foto: Reprodução

O helicóptero do presidente da Bolívia, Evo Morales, sofreu nesta segunda-feira (4) "uma falha mecânica do rotor de cauda" ao decolar de uma cidade andina, mas fez um "pouso de emergência" sem consequências para seus passageiros, informou a Força Aérea Boliviana (FAB).

"A aeronave EC-145 que transportava Morales numa viagem oficial, apresentou uma falha mecânica do rotor de cauda durante a decolagem, razão pela qual fez um pouso de emergência", de acordo com a FAB.

Legenda: Nota da Fab sobre o ocorrido
Foto: Força Aérea Boliviana

Segundo os regulamentos atuais, a FAB vai "acionar o Conselho de Acidentes" e, em seguida, fornecerá "mais detalhes" relacionados ao incidente "de acordo com o andamento da investigação".

As imagens do incidente foram imediatamente divulgadas em vídeos caseiros através das redes sociais.

Morales tinha inaugurado uma estrada ligando as cidades andinas de Caracollo a Colquiri, ao sul de La Paz, quando começou a chover forte na região.

O incidente ocorreu enquanto o presidente enfrenta protestos em várias cidades contra sua reeleição em 20 de outubro, resultado questionado pela oposição que exige anulação do resultado.

Legenda: Imagem mostra rotor de cauda defeituoso da aeronave
Foto: Reprodução/La Razón Bolivia

Em meio a esse clima, o ex-ministro do Governo (Interior) Hugo Moldiz afirmou que se tratava de um "atentado" contra o presidente.

"É um ataque criminoso. O mesmo aconteceu com Omar Torrijos no Panamá (em 1981). Dá uma ideia de quem são e o que querem de @evoespueblo. Mobilização e luta contra o golpe imperial e conservador", escreveu Moldiz no Twitter.

O principal líder dos protestos em Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, deixou o presidente até a noite de segunda-feira para renunciar, em meio a protestos em várias regiões contra sua reeleição controversa.

O líder do poderoso Comitê Cívico de Santa Cruz (direita), Luis Fernando Camacho, lançou no sábado um ultimato para Morales renunciar antes das 19H00 (20H00 de Brasília) com a ameaça de aumentar as ações de pressão contra o presidente.