EUA e Rússia se enfrentam por crise na Venezuela

Os Estados Unidos, com o apoio da Colômbia e do Brasil, tentaram, no último final de semana, introduzir ajuda humanitária na Venezuela

Escrito por Agência AFP ,
Legenda: As duas potências em alerta sobre a situação da Venezuela
Foto: Foto: Don Emmert e Natalia Kolesnikova/AFP

Estados Unidos e Rússia entraram em confronto nesta sexta-feira (1°) sobre como ajudar a Venezuela, abalada pela disputa de poder entre o presidente Nicolás Maduro e o líder da oposição Juan Guaidó, enquanto o presidente venezuelano autoproclamado segue viajando pela América Latina para reforçar seu apoio internacional.

Um dia depois de a Rússia e a China terem vetado uma resolução dos Estados Unidos e da Europa no Conselho de Segurança da ONU pedindo a entrada "sem entraves" da ajuda humanitária ao País, os Estados Unidos sancionaram nesta sexta seis funcionários da segurança da Venezuela leais ao presidente Nicolás Maduro por obstruírem a entrada de ajuda humanitária no País no sábado passado.

"Estamos sancionando os membros das forças de segurança de Maduro em resposta à violência repreensível, às mortes trágicas, e à queima desnecessária de alimentos e medicamentos destinados aos venezuelanos que passam fome e estão doentes", declarou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em comunicado. 

Sancionados

Entre os sancionados estão o comandante da Guarda Nacional Bolivariana, o major general Richard Jesús López Vargas; assim como Jesús María Mantilla Oliveros, comandante de uma unidade encarregada por Maduro para reforçar a segurança na fronteira com o Brasil, disse o Departamento do Tesouro.

As medidas também afetam os chefes de Defesa nos estados de Bolívar, fronteiriço com o Brasil, general Alberto Mirtiliano Bermúdez Valderrey; e Táchira, limítrofe com a Colômbia, José Leonardo Noroño Torres.

Também estão na lista de sancionados José Miguel Dominguez Ramirez, comissário-chefe da Força de Ações Especiais (FAES) da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) em Tachira; e o coronel Cristhiam Abelardo Morales Zambrano, diretor do PNB naquele estado.

As sanções congelam quaisquer ativos que essas pessoas possam ter nos Estados Unidos e as proíbem de qualquer transação financeira com indivíduos ou entidades americanas.

Ajuda

Os Estados Unidos, com o apoio da Colômbia e do Brasil, tentaram, no último final de semana, introduzir ajuda humanitária na Venezuela, após um pedido do líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, reconhecido por Washington e mais de 50 países como presidente interino.

Mas as forças leais a Maduro bloquearam a operação, o que levou a confrontos que deixaram quatro mortos e centenas de feridos.

Maduro nega que haja uma "emergência humanitária" na Venezuela e rejeita a ajuda, considerando um pretexto para uma invasão militar liderada pelos Estados Unidos, desde que o presidente Donald Trump não descartou o uso da força para forçar a saída Maduro.